São Paulo, quarta-feira, 12 de outubro de 2011 |
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Crise econômica e expansão digital marcam Frankfurt Na mais importante feira de livros do mundo, que começa hoje, Brasil é visto como mercado promissor Editores ouvidos pela Folha dizem que deve crescer o assédio sobre o país, que espera ter mais autores traduzidos JOSÉLIA AGUIAR ENVIADA ESPECIAL A FRANKFURT Os promotores da Feira do Livro de Frankfurt gostam de lembrar: a poucos quilômetros daqui, cinco séculos atrás, Gutenberg inventou a moderna indústria do livro ao usar a prensa de tipos móveis. Não é só pela tradição, porém. A quantidade de empresas (7.300) que trazem títulos (400 mil) de tantos países (110) faz com que o evento, nascido em 1949, ainda seja o mais representativo do mercado editorial no mundo. A abertura é hoje, mas ontem já ocorreu um dia inteiro de debates sobre e-book, novas tecnologias e mídias -assim como nas feiras de Bolonha e de Londres deste ano. O evento vai até o fim de semana, quando também é aberto ao público. No geral, é voltado principalmente para executivos do setor. Se o livro digital pode ajudar a impelir negócios -estima-se que o mercado europeu ainda esteja ao menos três anos atrasado, na comparação com o dos EUA-, a crise econômica deve ter impacto ainda não estimado pelos organizadores. O Brasil, que leva 1.782 títulos a Frankfurt, com a expectativa de impulsionar a tradução de autores, é apontado por sites e publicações como um dos mercados emergentes mais promissores. O resultado? Aumentam o assédio e os preços, dizem editores ouvidos pela Folha. "Have a Look at Brazil" (dê uma olhada no Brasil) é o evento que ocorre amanhã no estande brasileiro, que reúne 50 editoras (Companhia das Letras e Record têm estande próprio na feira). Karine Pansa, presidente da Câmara Brasileira do Livro, e Galeno Amorim, da Fundação Biblioteca Nacional, explicarão o mercado nacional e apresentarão o programa de incentivo às traduções, lançado neste ano. Ontem o Brasil, convidado de honra da edição de 2013, também seria um dos principais temas no 25º Rights Directors Meeting (encontro sobre direitos autorais). Foram convidados para falar a agente literária Lucia Riff e os editores Tomás Pereira, da Sextante, e Eduardo Blucher, da Blucher. Editores e agentes costumam chegar com antecedência para negociações. Antes de a feira abrir, Luiz Schwarcz comprou para a Companhia das Letras "The Better Angels of Our Nature - Why Violence Has Declined" (os melhores anjos da nossa natureza - por que caiu a violência), de Steven Pinker, professor de Harvard, autor de "Como a Mente Funciona". Já Luciana Villas-Boas, do grupo Record, passou por Munique, Hamburgo e Berlim promovendo brasileiros. Fechou contratos para "O Arroz de Palma", de Francisco Azevedo, e "Entre as Mulheres", de Rafael Cardoso. Texto Anterior: A excêntrica família de Björk Próximo Texto: Música: Marsalis e Clapton celebram em show a sonoridade de Nova Orleans Índice | Comunicar Erros |
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