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Mostra busca o futuro e reencontra os anos 70
Nelson Leirner e Cildo Meireles são destaques
SILAS MARTÍ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A julgar pela coletiva de 17 artistas -entre eles, Nelson Leirner e Cildo Meireles- que o
Itaú Cultural abre hoje, o futuro da arte está mesmo no passado. A mostra "Futuro do Presente", que junta nomes de várias gerações para tentar prever
os rumos da arte no futuro, está
ancorada em experimentações
dos anos 70, com reflexões paralelas sobre a sustentabilidade
-conceito hoje em voga.
Três trabalhos-chave da exposição, de Paulo Bruscky,
Leirner e Meireles, atualizam
obras dos anos 70. Entre os
mais novos, Henrique Oliveira
se destaca.
Leirner monta uma banca de
jornais com exemplares do
"Jornal do Não Artista", publicação que ele inventou há mais
de 30 anos para instruir o público a fazer suas próprias
obras de arte.
"O artista não tem um papel
só didático, como também de
desmistificação", diz Leirner.
Já Cildo Meireles instala
uma geladeira no espaço expositivo e vai distribuir picolés de
água pelos parques da cidade ao
longo da mostra. Ele retoma a
reflexão que começou nos anos
70 com suas "Inserções em Circuitos Antropológicos", quando colocava em circulação garrafas de refrigerante e cédulas
de dinheiro com mensagens de
caráter político.
"Jornais, televisão e revistas
têm público muito amplo e
controle muito fácil. Minha
idéia era usar circuitos existentes e neles inserir idéias", lembra o artista.
A conexão com a passagem
do tempo ganha força no porão
do espaço, onde Paulo Bruscky
mostra o vídeo de um eletroencefalograma que fez na década
de 70, quando aparelhos que faziam a medição da atividade cerebral desenhavam apenas traços simples. Exposto ao lado,
está um vídeo que fez neste
ano, que mostra imagens de atividade cerebral em cores.
FUTURO DO PRESENTE
Quando: abertura hoje, às 19h30;
de ter. a sex., das 10h às 21h; sáb.
e dom., das 10h às 19h; até 10/2
Onde: Itaú Cultural (av. Paulista,
119, tel. 0/xx/11/2168-1776)
Quanto: entrada franca
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