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Crítica
"Ratatouille" faz parábola sobre as diferenças
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Nunca achei muito higiênica
essa atração dos americanos
(ou dos filmes americanos, pelo
menos) pelos ratos. Desde Tom
e Jerry, passando por Mickey e
Supermouse, até os heróis roedores mais recentes, isso sempre me deu a impressão de uma
tara coletiva (não quer dizer
que eu não adore Tom e Jerry).
"Ratatouille" (HBO, 21h; livre) é uma sequência dessa saga, com a história do rato absurdamente bem dotado para a
culinária. Como de costume na
animação contemporânea, trata-se de uma fábula onde tudo
é gravidade.
Trata-se, em suma, da aceitação do diferente, do outro. Um
rato na cozinha é coisa nojenta.
Mas Ratatouille é um que despreza os hábitos nada higiênicos de seus pares e lutará para
demonstrar que a condição para ser um bom "chef" é o paladar, mais nada.
Claro que isso não é coisa
que se aceite literalmente, mas
uma parábola sobre a aceitação
da diferença. Quase um herdeiro do "Monstros", de Tod
Browning.
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