São Paulo, sexta-feira, 12 de novembro de 2010

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cinema

Comédia assume "DNA de televisão"

"Muita Calma Nessa Hora", escrito por Bruno Mazzeo e dirigido por Felipe Joffily mira "apenas o entretenimento"

Roteirista diz querer que o espectador só se divirta com filme; "não ficar ali raciocinando, pensando [no cinema]"

CLARICE CARDOSO
DE SÃO PAULO

Pense em um programa de humor que esteja no ar. Do global "Zorra Total" ao "Legendários", da Record, passando pela MTV, quase todos, reforçados por veteranos do gênero, estão representados em algum canto do filme "Muita Calma Nessa Hora", que estreia hoje.
O responsável pela reunião é Bruno Mazzeo, 33, em seu primeiro roteiro para cinema -coassinado por João Avelino e Rosana Ferrão.
O longa é recheado de rostos da geração que despontou com a onda do "stand-up comedy" ou os programas humorísticos televisivos do último ano.
Mazzeo chamou atores de todo tipo, a começar por gente consagrada, como Lúcio Mauro. E saiu zapeando.
Da Globo, pescou nomes como Leandro Hassun, Lúcio Mauro Filho e Nelson Freitas. Da MTV, Marcelo Adnet -que, apesar do papel secundário, está no centro do cartaz. O resto do elenco pode ser visto em outros canais, caso de Gianne Albertoni, os ex-"Hermes e Renato" e Marcos Mion, da Record, ou de Marcelo Tas, da Band.
Eles aparecem, cada um a seu tempo, em esquetes que conduzem a trama, mas também funcionariam sozinhos.
"Pensamos que o filme, assim, simbolizaria um movimento que visa apenas o entretenimento. Ir ao cinema, rir, sair para um chope e pronto, acabou. Não ficar ali raciocinando, pensando", define Mazzeo.

TREJEITOS
"O longa tem DNA de TV, mas nosso cinema está fadado a isso. Estamos ainda reconstruindo o setor, que por muitos anos foi um grande vazio, enquanto a televisão sempre esteve forte", defende o diretor Felipe Joffily, 36.
Ele conta que foi escalado depois de atuar no comando do "Cilada", série do Multishow adaptada para o "Fantástico" (Globo). O programa, que vira filme em 2011, também inspirou Mazzeo a reunir tantos humoristas.
E é de lá também Debora Lamn, que fazia a namorada dele no seriado. Agora ela vive Estrella, hippie que tenta encontrar o pai que nunca conheceu. Pedindo carona, conhece Tita (Andréia Horta, a Alice da série da HBO), Mari (Albertoni) e Aninha (Fernanda Souza), que seguem para Búzios para superar crises pessoais.
Nesse percurso, entram as participações especiais -e os esquetes engraçadinhos, outra herança do "Cilada".
Os participantes mantêm trejeitos e piadas da TV e dão ao longa toques que a geração ajudou a emplacar, como referências a subcelebridades ou a vídeos do YouTube.
"Digo que ali está o meu cinema e a minha televisão. Como vou negar minhas influências?", diz Joffily.


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