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cinema
Comédia assume "DNA de televisão"
"Muita Calma Nessa Hora", escrito por Bruno Mazzeo e dirigido por Felipe Joffily mira "apenas o entretenimento"
Roteirista diz querer
que o espectador só se
divirta com filme; "não
ficar ali raciocinando,
pensando [no cinema]"
CLARICE CARDOSO
DE SÃO PAULO
Pense em um programa de
humor que esteja no ar. Do
global "Zorra Total" ao "Legendários", da Record, passando pela MTV, quase todos, reforçados por veteranos do gênero, estão representados em algum canto do
filme "Muita Calma Nessa
Hora", que estreia hoje.
O responsável pela reunião é Bruno Mazzeo, 33, em
seu primeiro roteiro para cinema -coassinado por João
Avelino e Rosana Ferrão.
O longa é recheado de rostos da geração que despontou com a onda do "stand-up
comedy" ou os programas
humorísticos televisivos do
último ano.
Mazzeo chamou atores de
todo tipo, a começar por gente consagrada, como Lúcio
Mauro. E saiu zapeando.
Da Globo, pescou nomes
como Leandro Hassun, Lúcio
Mauro Filho e Nelson Freitas.
Da MTV, Marcelo Adnet
-que, apesar do papel secundário, está no centro do
cartaz. O resto do elenco pode ser visto em outros canais,
caso de Gianne Albertoni, os
ex-"Hermes e Renato" e Marcos Mion, da Record, ou de
Marcelo Tas, da Band.
Eles aparecem, cada um a
seu tempo, em esquetes que
conduzem a trama, mas também funcionariam sozinhos.
"Pensamos que o filme, assim, simbolizaria um movimento que visa apenas o entretenimento. Ir ao cinema,
rir, sair para um chope e
pronto, acabou. Não ficar ali
raciocinando, pensando",
define Mazzeo.
TREJEITOS
"O longa tem DNA de TV,
mas nosso cinema está fadado a isso. Estamos ainda reconstruindo o setor, que por
muitos anos foi um grande
vazio, enquanto a televisão
sempre esteve forte", defende o diretor Felipe Joffily, 36.
Ele conta que foi escalado
depois de atuar no comando
do "Cilada", série do Multishow adaptada para o "Fantástico" (Globo). O programa, que vira filme em 2011,
também inspirou Mazzeo a
reunir tantos humoristas.
E é de lá também Debora
Lamn, que fazia a namorada
dele no seriado. Agora ela vive Estrella, hippie que tenta
encontrar o pai que nunca
conheceu. Pedindo carona,
conhece Tita (Andréia Horta,
a Alice da série da HBO), Mari
(Albertoni) e Aninha (Fernanda Souza), que seguem
para Búzios para superar crises pessoais.
Nesse percurso, entram as
participações especiais -e
os esquetes engraçadinhos,
outra herança do "Cilada".
Os participantes mantêm
trejeitos e piadas da TV e dão
ao longa toques que a geração ajudou a emplacar, como
referências a subcelebridades ou a vídeos do YouTube.
"Digo que ali está o meu cinema e a minha televisão.
Como vou negar minhas influências?", diz Joffily.
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