São Paulo, quinta, 12 de novembro de 1998

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TELEVISÃO - CRÍTICA
"Labirinto' se perde logo na estréia

FRANCISCO MARTINS DA COSTA
Editor do TV Folha

Anunciada como uma trama "hitchcockiana", a minissérie "Labirinto", de Gilberto Braga, estreou anteontem à noite na Rede Globo sem lembrar em nenhum momento o cineasta britânico.
O autor trouxe toda sua turma: José Lewgoy de smoking e bengala, Malu Mader lindíssima, Antônio Fagundes com gel, Betty Faria conservadona e tudo mais.
Os cenários também são os de sempre: a cobertura da avenida Atlântica, a sede das empresas Martins Fraga, o iate, a festa etc.
A trama e os diálogos, no entanto, não tinham nenhuma sutileza.
O garoto de praia André (Fábio Assunção) se transforma em executivo em menos de cinco minutos. Isabella Garcia é uma perua exagerada, assim como as ninfomaníacas Leonor (Betty Faria) e Nietinha (Alice Borges). O único normal, Paulo José, morreu -aliás, numa cena com um efeito especial absolutamente "trash".
A produção, de resto bem cuidada, não foi capaz de evitar uma gafe terrível. A certa altura, o tal André recebe uma mensagem no computador da empresa e diz que aquele era um e-mail que seu chefe esperava ansiosamente. Em vez de mandar pelo correio eletrônico a mensagem para o apartamento do patrão (que tinha um micro, como se viu depois), ele grava a mensagem num disquete e a leva pessoalmente. Coisa mais "low tech"!
A globalizada garota de programa Paula Lee (Malu Mader) deixou barato ao cobrar R$ 300 por hora para ficar com Carlos Eduardo Dolabella. A Branca de Suzana Vieira, em "Por Amor", cobrava bem mais pelo mesmo "serviço".
A expectativa é que o elenco -recheado de gente bonita- e a trama encontrem o tom correto nos próximos capítulos. Por enquanto, de bom, só a abertura.



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