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TELEVISÃO - CRÍTICA
"Labirinto' se perde logo na estréia
FRANCISCO MARTINS DA COSTA
Editor do TV Folha
Anunciada como uma trama
"hitchcockiana", a minissérie "Labirinto", de Gilberto Braga, estreou anteontem à noite na Rede
Globo sem lembrar em nenhum
momento o cineasta britânico.
O autor trouxe toda sua turma:
José Lewgoy de smoking e bengala,
Malu Mader lindíssima, Antônio
Fagundes com gel, Betty Faria conservadona e tudo mais.
Os cenários também são os de
sempre: a cobertura da avenida
Atlântica, a sede das empresas
Martins Fraga, o iate, a festa etc.
A trama e os diálogos, no entanto, não tinham nenhuma sutileza.
O garoto de praia André (Fábio
Assunção) se transforma em executivo em menos de cinco minutos. Isabella Garcia é uma perua
exagerada, assim como as ninfomaníacas Leonor (Betty Faria) e
Nietinha (Alice Borges). O único
normal, Paulo José, morreu
-aliás, numa cena com um efeito
especial absolutamente "trash".
A produção, de resto bem cuidada, não foi capaz de evitar uma gafe
terrível. A certa altura, o tal André
recebe uma mensagem no computador da empresa e diz que aquele
era um e-mail que seu chefe esperava ansiosamente. Em vez de
mandar pelo correio eletrônico a
mensagem para o apartamento do
patrão (que tinha um micro, como
se viu depois), ele grava a mensagem num disquete e a leva pessoalmente. Coisa mais "low tech"!
A globalizada garota de programa Paula Lee (Malu Mader) deixou barato ao cobrar R$ 300 por
hora para ficar com Carlos Eduardo Dolabella. A Branca de Suzana
Vieira, em "Por Amor", cobrava
bem mais pelo mesmo "serviço".
A expectativa é que o elenco
-recheado de gente bonita- e a
trama encontrem o tom correto
nos próximos capítulos. Por enquanto, de bom, só a abertura.
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