São Paulo, sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

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Crítica

Kubrick encontra melhor expressão do filme de terror

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

A história que se conta em "O Iluminado" (TCM, 0h; classificação indicativa não informada) me parece longe de ser o mais interessante, mas sem ela o resto não existiria. Ela diz respeito a um escritor fracassado que aceita ser zelador de um hotel durante um inverno. Acha que ali é um bom ambiente para o trabalho literário, apesar das advertências.
E uma advertência vem do filho, que tem lá seus poderes psíquicos. Todo o filme girará em torno do progressivo processo de enlouquecimento do homem, Jack Nicholson.
O essencial do interesse virá da atmosfera criada nesse hotel, que o vazio e o frio tornam especialmente soturno. O filme pode ser visto mesmo como uma alegoria de certos invernos infernais -enormes, gelados, inóspitos.
Mas é no contraste entre a pequenez do menino, o filho, com seu triciclo, e a vastidão dos corredores que Stanley Kubrick encontra sua melhor expressão do terror. Bem melhor, me parece, do que a interpretação histriônica de Nicholson.


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