São Paulo, segunda-feira, 13 de janeiro de 2003

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Mostra deixa perguntas no ar

DA REPORTAGEM LOCAL

Todo manual de redação ensina que no primeiro parágrafo de um texto jornalístico informativo seis questões (o quê, quem, quando, como, onde e por quê) devem ser respondidas.
Em se tratando de Albert Eckhout e sua obra sobre o Brasil, apenas uma questão tem resposta garantida. É certo o porquê das obras: foram pintadas a pedido do conde Maurício de Nassau durante a ocupação holandesa para retratar o Brasil.
Entretanto, para responder às demais questões, estudos têm sido realizados pelo Museu Nacional da Dinamarca, dono da coleção de pinturas, e as respostas ainda são controversas. "Como as telas foram feitas há mais de 350 anos e não temos testemunhas vivas, é difícil dar uma versão definitiva", brinca Bárbara Berlowicz, curadora do museu dinamarquês.
A mostra em São Paulo ressalta tais controvérsias. A primeira sala já contém uma delas, ao considerar três telas, em geral atribuídas a Eckhout, como de autoria de Jasper Becx. Assim, voltando às questões a serem respondidas, atribuir "quem" já é difícil e o "o quê", no caso a quantidade de obras, varia entre 21 ou 24.
Definir onde, quando e como as obras foram feitas também é outro problema. Não se sabe de fato se elas foram pintadas aqui ou na Europa. No catálogo da mostra, a curadora defende que as telas não foram feitas no Brasil.
"Continuamos com os estudos de laboratórios e creio que em três anos teremos respostas mais definitivas", afirma Berlowicz. (FCY)


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