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Mostra deixa perguntas no ar
DA REPORTAGEM LOCAL
Todo manual de redação ensina
que no primeiro parágrafo de um
texto jornalístico informativo seis
questões (o quê, quem, quando,
como, onde e por quê) devem ser
respondidas.
Em se tratando de Albert Eckhout e sua obra sobre o Brasil,
apenas uma questão tem resposta
garantida. É certo o porquê das
obras: foram pintadas a pedido
do conde Maurício de Nassau durante a ocupação holandesa para
retratar o Brasil.
Entretanto, para responder às
demais questões, estudos têm sido realizados pelo Museu Nacional da Dinamarca, dono da coleção de pinturas, e as respostas
ainda são controversas. "Como as
telas foram feitas há mais de 350
anos e não temos testemunhas vivas, é difícil dar uma versão definitiva", brinca Bárbara Berlowicz,
curadora do museu dinamarquês.
A mostra em São Paulo ressalta
tais controvérsias. A primeira sala
já contém uma delas, ao considerar três telas, em geral atribuídas a
Eckhout, como de autoria de Jasper Becx. Assim, voltando às
questões a serem respondidas,
atribuir "quem" já é difícil e o "o
quê", no caso a quantidade de
obras, varia entre 21 ou 24.
Definir onde, quando e como as
obras foram feitas também é outro problema. Não se sabe de fato
se elas foram pintadas aqui ou na
Europa. No catálogo da mostra, a
curadora defende que as telas não
foram feitas no Brasil.
"Continuamos com os estudos
de laboratórios e creio que em três
anos teremos respostas mais definitivas", afirma Berlowicz.
(FCY)
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