São Paulo, sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

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ELETRÔNICA

Sonic Junior abraça a pista de dança

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Juninho, o homem por trás do projeto Sonic Junior, nunca gostou de ficar parado, reclamando da vida. O "inho" e o "Jr." de suas alcunhas podem enganar. "Depois dos 30, o cara começa a ficar nervoso", diz. Da adolescência trouxe certa urgência, que agora se traduz em pressa para levar sua música, repleta de eletrônica, soul, funk e MPB, adiante.
Tanto que, para gravar seu terceiro e mais recente disco, "Pra Fazer o Mundo Girar", deixou o parceiro Aldo Jones de lado e fez praticamente tudo sozinho. É o protótipo da "banda de um homem só", tão em voga em tempos da eletrônica a serviço da funcionalidade e praticidade.
Disco sucinto, sem gorduras, "Pra Fazer..." tem pouco mais de suficientes 30 minutos e se configura como um passo natural na trajetória do músico, que saiu de Alagoas para tentar a vida em São Paulo, há quase três anos. "Em Maceió, eu me sentia ilhado. Eu era dono de um estúdio de gravação, mas não dava para sobreviver só com isso. Aqui em SP também é difícil, mas aparecem coisas para se fazer", diz Juninho.
Se, no palco e em estúdio, faz de tudo sozinho -canta, toca bateria, cuida da programação e literalmente corre de um lado para outro-, ele vai se equilibrando para pagar suas contas. De agência de publicidade em agência, pega trabalhos de encomenda, como trilhas e vinhetas para programas de TV e desfiles de moda. Acabou até tocando ao lado do ex-RPM Paulo Ricardo, mas aí não teve jeito. Juninho viu que o negócio era abraçar seu projeto pessoal. "Faz 15 anos que me dedico à música; não queria ficar na espera. Se tivesse de volta a grana que já investi em música, hoje já teria uma casa própria."
No disco, Juninho assume o lado puramente rítmico do Sonic Junior, com uma sonoridade para pista de dança -mas não confunda com dance music. Há soul e funk -mas não confunda com funk carioca. O tempo todo as canções se equilibram entre o instrumental e letras telegráficas. "Eu vou na raça/ eu vou na fé e tudo que eu passei/ eu vou somando", em "Meu Caminho É Lei", que ao lado de faixas como "Stop Motion", toca em vertentes da eletrônica como o drum'n'bass e o big beat. "International" na medida e "regional" para quem ainda busca regionalismos.


Pra Fazer o Mundo Girar
   
Artista: Sonic Junior
Lançamento: Mundo Perfeito
Quanto: R$ 21,50, em média


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