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ELETRÔNICA
Sonic Junior abraça a pista de dança
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Juninho, o homem por trás do
projeto Sonic Junior, nunca
gostou de ficar parado, reclamando da vida. O "inho" e o "Jr." de
suas alcunhas podem enganar.
"Depois dos 30, o cara começa a
ficar nervoso", diz. Da adolescência trouxe certa urgência, que
agora se traduz em pressa para levar sua música, repleta de eletrônica, soul, funk e MPB, adiante.
Tanto que, para gravar seu terceiro e mais recente disco, "Pra
Fazer o Mundo Girar", deixou o
parceiro Aldo Jones de lado e fez
praticamente tudo sozinho. É o
protótipo da "banda de um homem só", tão em voga em tempos
da eletrônica a serviço da funcionalidade e praticidade.
Disco sucinto, sem gorduras,
"Pra Fazer..." tem pouco mais de
suficientes 30 minutos e se configura como um passo natural na
trajetória do músico, que saiu de
Alagoas para tentar a vida em São
Paulo, há quase três anos. "Em
Maceió, eu me sentia ilhado. Eu
era dono de um estúdio de gravação, mas não dava para sobreviver só com isso. Aqui em SP também é difícil, mas aparecem coisas para se fazer", diz Juninho.
Se, no palco e em estúdio, faz de
tudo sozinho -canta, toca bateria, cuida da programação e literalmente corre de um lado para
outro-, ele vai se equilibrando
para pagar suas contas. De agência de publicidade em agência, pega trabalhos de encomenda, como trilhas e vinhetas para programas de TV e desfiles de moda.
Acabou até tocando ao lado do
ex-RPM Paulo Ricardo, mas aí
não teve jeito. Juninho viu que o
negócio era abraçar seu projeto
pessoal. "Faz 15 anos que me dedico à música; não queria ficar na
espera. Se tivesse de volta a grana
que já investi em música, hoje já
teria uma casa própria."
No disco, Juninho assume o lado puramente rítmico do Sonic
Junior, com uma sonoridade para
pista de dança -mas não confunda com dance music. Há soul e
funk -mas não confunda com
funk carioca. O tempo todo as
canções se equilibram entre o instrumental e letras telegráficas.
"Eu vou na raça/ eu vou na fé e tudo que eu passei/ eu vou somando", em "Meu Caminho É Lei",
que ao lado de faixas como "Stop
Motion", toca em vertentes da
eletrônica como o drum'n'bass e
o big beat. "International" na medida e "regional" para quem ainda busca regionalismos.
Pra Fazer o Mundo Girar
Artista: Sonic Junior
Lançamento: Mundo Perfeito
Quanto: R$ 21,50, em média
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