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Ex-presidente do RioArte critica lado "comercial"
DA REPORTAGEM LOCAL
Ex-presidente do Instituto Municipal de Arte e Cultura, o RioArte, Fábio Ferreira entregou o cargo no mês passado, assim que
soube, extra-oficialmente, que os
dez teatros até então vinculados
ao RioArte seriam transferidos
para o gabinete do secretário das
Culturas, Ricardo Macieira. A reboque, veio a nomeação de Miguel Falabella como gestor da rede municipal (cerca de R$ 9 milhões no orçamento).
Ferreira, 36, esteve à frente do
RioArte por cerca de dez anos.
"Os teatros do Rio representam
50% das atividades do RioArte, e
uma decisão desse porte não poderia de forma alguma ser tomada sem que o órgão gestor fosse escutado", afirma.
Segundo o também pesquisador de artes cênicas, a chegada de
Falabella é "uma guinada para o
aspecto da produção teatral carioca de "evidência" comercial".
A classe teatral foi surpreendida
pela nomeação de Falabella em janeiro, tido como um astro de TV
mais comprometido com o teatro
comercial. À época, Macieira, 46,
declarou que Falabella "tem uma
identidade forte com o teatro carioca, com o seu estilo de interpretar. Ele só vem agregar valor".
Até o fechamento desta edição, a
Folha não conseguiu ouvir o secretário Ricardo Macieira. Falabella diz desconhecer Ferreira.
Entre suas realizações no
RioArte, Ferreira destaca as três
edições do festival Rio Cena Contemporânea e a transformação
dos dez teatros em uma rede,
"com critérios, reunindo diretores para discutir, associando-os
aos teatros, às lonas culturais".
"Penso que a saúde da cena carioca necessita da existência de
um teatro que seja comercialmente sustentável. E que seja de
boa qualidade, sem cópias de musicais da Broadway. Entretanto o
teatro de entretenimento bem-feito não precisa de subsídio público porque, nesse caso, encontramos uma anomalia. O bom
teatro é comercial, experimental,
musical, de pesquisa, comédia,
tragédia ou drama. É bom teatro e
ponto", afirma Ferreira por e-mail.
(VS)
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