DANIEL CASTRO
COLUNISTA DA FOLHA

Os críticos da má qualidade da TV que apostavam num rápido declínio de "reality shows" como "Big Brother" erraram.
O programa, que está na quinta edição na Espanha, já foi irradiado para 2 bilhões de potenciais telespectadores (quase um terço da população mundial) e chega dia 22 à sua 25ª versão nacional ou pan-regional, com o "Big Brother Oriente Médio", numa competição que reunirá apenas árabes.
No Brasil, a quarta edição inverteu uma tendência de desgaste do formato e vem batendo recordes de audiência. Segundo a Globo, o principal programa de "BBB", o das terças, registra média até agora de 45 pontos (65% de participação do total de TVs ligadas) contra 42 pontos do primeiro (2002), o mais bem-sucedido até então. O programa, cujos números cresceram em todos os dias, disputa a liderança com a novela das oito.
Relatório da Endemol informa que "Big Brother Brasil" é o de maior audiência do mundo, 33 milhões de pessoas na terceira edição. É mais do que o africano (25 milhões) e o americano (11 milhões). Só em suas duas primeiras semanas, recebeu 50 milhões de "pageviews" na internet, 1,8 milhão de telefonemas e 1 milhão de mensagens via celular.
Promessa de polêmica, o "Big Brother" árabe será gravado no Bahrein e transmitido para 13 países (inclusive Iraque). Homens e mulheres terão quartos, salas e locais de orações separados.

OUTRO CANAL

Babel 1
Um grupo de peruanos forma a mais nova equipe de consultores de Silvio Santos. Discretos, desenvolvem projetos "sigilosos" para o SBT. Nos bastidores, eles dividem os comentários com a "novela" sobre qual será a próxima novela da rede.

Babel 2
Aos peruanos, credita-se quatro "novos" projetos. Um deles, para o qual já foi sondada Olga Bongiovanni (ex-Band), faz a linha telebarraco e tem 30 estagiários nas ruas à cata de histórias. O outro é do tipo "Talentos Brilhantes" (crianças "talentosas").

Piada
Repercutiu mal no mercado de TV paga a notícia de que a Cultura estuda lançar um canal infantil. O principal questionamento é que a maioria das operadoras não podem distribuí-lo, que, mesmo sendo de reprises, poderá custar mais caro do que os estrangeiros.

Aplauso 1
Marluce Dias da Silva, diretora-geral da Globo licenciada, era das mais atentas e risonhas na platéia que assistiu ontem a palestra de Ariano Suassuna na PUC-SP.

Aplauso 2
Marluce, que vem se dedicando a um projeto de "valorização da cultura nacional", foi pessoalmente ao Recife convidar Suassuna para o evento "Conteúdo Brasil", organizado pela Globo. O pai de Marluce foi amigo de Suassuna, o que pesou na decisão do escritor (avesso a viagens aéreas) de dar a palestra.

E-mail - daniel.castro@uol.com.br


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