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Quem é esta mulher?
"Talk show" da bilionária Oprah Winfrey,
que é líder de audiência nos EUA há 18 temporadas, chega amanhã à TV brasileira
DENISE MOTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Bill Clinton comenta infidelidade, fraquezas e o poder de ter sido
presidente da maior potência do
mundo. Julia Roberts fala da alegria de ser mãe. Aplausos! Donald
Trump reencontra seus "demitidos", Tom Cruise dá uma receita
de espaguete à carbonara. Suspiros! Um debate sobre mudança
de sexo ganha corpo, segredos familiares vêm à tona. Tensão! Foco
na platéia: a título de presente de
um patrocinador, 276 carros são
distribuídos como se fossem
bombons, as chaves dos automóveis espalhadas, dentro de caixinhas, entre o auditório. Euforia!
Esse é o mundo de Oprah Winfrey, 51, em que informações exclusivas se mesclam a bizarrices e
a surpresas, e dicas de moda e
bem-estar figuram ao lado de dramas diários e risadas compartilhadas com astros hollywoodianos. Esse glamouroso "circo eletrônico", o "The Oprah Winfrey
Show", se apresenta para espectadores de 110 países e passa a ser
exibido também no Brasil a partir
de amanhã, pelo canal de TV paga
GNT.
A atração estréia no país com
uma entrevista de Leonardo DiCaprio, a primeira aparição do
ator no programa depois de dez
anos. Visto por cerca de 30 milhões de americanos, o "talk
show" é líder de audiência na TV
a cabo dos EUA há 18 temporadas. O lucro semanal do programa, criado em 1985, é de aproximadamente US$ 300 milhões por
ano (cerca de R$ 782 milhões).
Um anúncio de 30 segundos no
intervalo do "The Oprah Winfrey
Show" custa cerca de US$ 75 mil
(R$ 196 mil).
A mágica da mestre-de-cerimônias é fazer de suas entrevistas
momentos para a troca de intimidades, numa estratégia que rende
dividendos hoje avaliados em
US$ 1,1 bilhão (R$ 2,9 bilhões), valor estimado do patrimônio de
Winfrey, a apresentadora de televisão mais bem paga dos EUA.
O tom de confidência que assume na relação entre entrevistado,
entrevistador e telespectador, somado a doses diárias de aconselhamentos e atitudes benéficas
para o cotidiano, seja na TV, num
artigo de revista ou em roupões
de banho, são as armas, tornadas
infalíveis, desse Midas nascido
pobre, negro e mulher, que ganhou o primeiro sapato aos seis
anos, tornou-se mãe aos 14 (mas o
bebê morreria duas semanas depois), sofreu abuso sexual de tios e
primos e hoje está entre as pessoas mais ricas do mundo.
Em sua revista "O" deste mês,
por exemplo, conta às leitoras
que, arrumando gavetas, encontrara uma carta de amor nunca
enviada para uma paixão que teve
aos 29 anos. A apaixonada missiva, 12 páginas "patéticas onde eu
não me reconhecia", foi a senha
para Winfrey discorrer sobre o
amor que vale a pena e "que não
causa ansiedade".
Marca registrada
Guru de milhões de espectadores e orgulho das "afro-americanas", a apresentadora também se
reveza nas funções de produtora e
surpreende como atriz (foi indicada ao Oscar de coadjuvante, em
1986, por sua atuação em "A Cor
Púrpura"), mas mostra habilidades notáveis sobretudo como empresária. Dá nome a revista, clube
de compra e discussão de livros
-passagem garantida para uma
obra virar best-seller-, rede de
ajuda a países pobres e vítimas de
catástrofes (a Oprah's Angel Network), dieta de emagrecimento,
ursinho de pelúcia, camiseta, vela,
boné, jaqueta, meia, pijama e,
acredite, até roupinha de bebê.
Movimenta-se de uma entrevista com Laura Bush a uma longa
conversa com o bispo Desmond
Tutu, passando por uma participação na série "Desperate Housewives", como se tudo fosse não
trabalho, mas extensão de sua vida, momentos de privacidade divididos com os espectadores/leitores que acompanham os projetos, lançamentos e produtos de
sua Harpo Inc., holding de onde
saem filmes e programas de TV
(inclusive o seu "talk show"), publicações, investimentos em canal
de TV a cabo, negócios imobiliários e artigos de consumo.
Para a diretora do GNT, Letícia
Muhana, "o carisma de Oprah e
os assuntos abordados são os
principais pontos fortes do programa". "O que nos orienta na decisão de apostarmos numa atração é a sua adequação ao foco do
canal e os potenciais de retorno
comercial e de audiência. "The
Oprah Winfrey Show" preenche
esses três requisitos."
THE OPRAH WINFREY SHOW. Quando:
a partir de amanhã; de segunda a sexta,
às 17h (horários alternativos: às 7h30 e às
13h30, de segunda a sexta), no canal
pago GNT.
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