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Crítica
"Mágico de Oz" é um elegante pesadelo
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Numa sexta-feira, o mais
prudente é fiar-se em "O Mágico de Oz" (TCM, 22h; livre).
Pelo menos deu sorte a Judy
Garland (1922-1969), que sempre guardou certa mágoa da
MGM porque, tendo-a desde
sempre por lá, tinha loucura
por Shirley Temple. Garland
tornou-se estrela da companhia a partir daí.
Também foi aqui que Arthur
Freed, o mago dos musicais
bem mais do que o mágico de
Oz, se afirmou no ramo.
Freed era o assistente de
produção, mas, depois do filme,
ganhou uma unidade própria
da Metro e construiu o ciclo
que construiu.
O interessante é que, para
um gênero dito "de evasão", "O
Mágico de Oz" é o tipo de filme
que não evita a angústia. A pequena Dorothy, acompanhada
de seus amigos fantásticos, faz
da angústia quase uma segunda
natureza: o filme é, a rigor, um
elegante pesadelo.
A julgar por aqui, o mundo de
1939, preparando-se para uma
grande guerra, era bem menos
ingênuo que o de hoje.
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