São Paulo, sexta, 13 de fevereiro de 1998

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Reforma custará R$ 30 mi

especial para a Folha

O principal senão em relação à sala Júlio Prestes são os custos. Estima-se que a reforma vá consumir R$ 30 milhões; com tanto dinheiro, não seria melhor construir uma sala inteiramente nova?
O Banco Real inaugura, em abril, em Santo Amaro, um teatro com 1.250 lugares e fosso de orquestra, com as mesmas promessas da Júlio Prestes: conforto e perfeição acústica. Custo estimado: R$ 16 milhões.
A diferença não é nada desprezível. Por outro lado, uma orquestra com o nível da reformulada Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) não poderia continuar submetida à acústica precária do Memorial da América Latina.
Consultor artístico da Osesp, o maestro John Neschling procura seguir de perto o modelo iniciado por Simon Rattle em Birmingham, em 1980. Na cidade industrial inglesa, Rattle pegou uma orquestra envelhecida e decadente e encheu de bons músicos jovens.
Rattle ganhou notoriedade internacional, a orquestra de Birmingham começou a lançar CDs e a coroação de sua revolução ocorreu em 91, quando Birmingham erigiu seu sofisticado Symphony Hall, moderna sala de concertos.
Neschling começou suas mudanças no final de 96 e conseguiu incrementar significativamente o nível artístico da Osesp. Resta saber se a sala corresponderá a suas expectativas, ou será apenas mais um Memorial da América Latina -um elefante branco.
(IRINEU FRANCO PERPETUO)



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