da Redação

Se os membros da Academia de Hollywood fossem, cada um deles, cerca de 30 anos mais novos, na certa dariam um jeito de inventar uma categoria musical para premiarem com a estatueta a trilha sonora do filme "Spawn".
Bandas de rock dividem faixas com expoentes da cena eletrônica em um disco que adianta hoje o tipo de som que deve estar em qualquer discman de um habitante médio do ano 2040.
Trilha sonora perfeita para um filme como esse, baseado no herói de HQ criado pelo iluminado Todd McFarlane, o CD abre com a faixa "(Can't You Trip) Like I Do", encontro sonoro da banda americana Filter com os conterrâneos tecno do Crystal Method.
A junção do darling alternativo Richard Patrick com os DJs que mandam na big beat americana faz jus ao significado do nome do Crystal Method, anfetamina superpoderosa cada vez mais popular nos EUA, capaz de fazer qualquer frequentador de pistas ficar sem dormir da sexta à noite até a segunda de manhã.
"Eu quero viver, eu quero amar, mas há um longo e penoso caminho para sair do inferno", grita o maldito Marilyn Manson em dueto com a vocalista de voz de menininha do Sneaker Pimps, uma das melhores bandas de trip-hop.
E a parceria rock/música eletrônica segue misturando batidas e guitarras distorcidas, atmosfera e atitude, discotecagem e barulho.
As prediletas do CD ficam por conta das improváveis uniões dos podres Butthole Surfers e do tecno-virtuoso Moby, do massivo Prodigy e de Tom Morello.
E a mais apocalítica e a de nome mais legal: "No Remorse (I Wanna Die)", fruto do mix do metal do Slayer e do inqualificável trio alemão Atari Teenage Riot, banda niilista que mistura o que há de mais sujo no punk, tecno, som de Seattle. Ou nada disso.
No Brasil, o CD sai com a capa branca da edição especial lançada no Natal, nos EUA. Há outras duas capas (veja ao lado).
(LÚCIO RIBEIRO)

Disco: Spawn, The Album
Lançamento: Sony
Quanto: R$ 20, em média



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