São Paulo, Sábado, 13 de Fevereiro de 1999
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CINEMA
Diretor teria denunciado comunistas
Comitê fará protesto contra Oscar de Kazan

das agências internacionais

Vítimas da "caça aos comunistas" promovida nos anos 50 pelo governo americano decidiram realizar um protesto contra a entrega de um Oscar ao diretor Elia Kazan.
A manifestação está programada para a noite da premiação, em 21 de março. Kazan, que já ganhou dois Oscar de melhor diretor, deve receber desta vez um prêmio pelo conjunto de sua obra.
O Comitê contra o Silêncio, que organiza o protesto, afirma que Elia Kazan denunciou oito colegas que, como ele, haviam pertencido ao Partido Comunista. O comitê espera que centenas de manifestantes compareçam ao protesto.
A denúncia de Kazan teria sido feita à Comissão de Atividades Anti-Americanas, liderada pelo senador republicano Joseph McCarthy.
"Elia Kazan colaborou com a Comissão de Atividades Anti-Americanas, que perseguiu milhares de homens e mulheres por suspeitar que simpatizavam com o comunismo", diz um comunicado do Comitê contra o Silêncio publicado pelo jornal especializado em cinema "Hollywood Reporter".
Um dos presidentes do comitê é o cineasta Bernard Gordon, que durante anos foi obrigado a dirigir sob pseudônimo por ter sido incluído na lista negra do macarthismo.
Uma das vítimas mais célebres do macarthismo, o diretor Abraham Polonsky, já anunciou seu apoio ao protesto. Polonsky rodou sua primeira fita em 1948 e teve que esperar até 1969 para rodar a segunda.
Elia Kazan é o diretor de clássicos como "Sindicato de Ladrões", "Um Bonde Chamado Desejo", "Clamor do Sexo" e "O Último Magnata". Co-fundador do Actor's Studio, revelou James Dean e transformou o ator Marlon Brando em estrela.


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