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CINEMA
Diretor teria denunciado comunistas
Comitê fará protesto contra Oscar de Kazan
das agências internacionais
Vítimas da "caça aos comunistas" promovida nos anos 50 pelo
governo americano decidiram realizar um protesto contra a entrega
de um Oscar ao diretor Elia Kazan.
A manifestação está programada
para a noite da premiação, em 21
de março. Kazan, que já ganhou
dois Oscar de melhor diretor, deve
receber desta vez um prêmio pelo
conjunto de sua obra.
O Comitê contra o Silêncio, que
organiza o protesto, afirma que
Elia Kazan denunciou oito colegas
que, como ele, haviam pertencido
ao Partido Comunista. O comitê
espera que centenas de manifestantes compareçam ao protesto.
A denúncia de Kazan teria sido
feita à Comissão de Atividades Anti-Americanas, liderada pelo senador republicano Joseph McCarthy.
"Elia Kazan colaborou com a Comissão de Atividades Anti-Americanas, que perseguiu milhares de
homens e mulheres por suspeitar
que simpatizavam com o comunismo", diz um comunicado do
Comitê contra o Silêncio publicado pelo jornal especializado em cinema "Hollywood Reporter".
Um dos presidentes do comitê é
o cineasta Bernard Gordon, que
durante anos foi obrigado a dirigir
sob pseudônimo por ter sido incluído na lista negra do macarthismo.
Uma das vítimas mais célebres
do macarthismo, o diretor Abraham Polonsky, já anunciou seu
apoio ao protesto. Polonsky rodou
sua primeira fita em 1948 e teve
que esperar até 1969 para rodar a
segunda.
Elia Kazan é o diretor de clássicos como "Sindicato de Ladrões",
"Um Bonde Chamado Desejo",
"Clamor do Sexo" e "O Último
Magnata". Co-fundador do Actor's Studio, revelou James Dean e
transformou o ator Marlon Brando em estrela.
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