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MERCADO NEGRO
ABPD lança
campanha antipirataria
ERIKA SALLUM
free-lance para a Folha
A Associação Brasileira dos
Produtores de Discos (ABPD)
acaba de lançar no Brasil sua
primeira campanha publicitária
contra a pirataria na indústria
fonográfica.
A campanha é voltada para lojistas e setores da polícia e do Judiciário, e um de seus objetivos
principais é esclarecer as pessoas que estão em contato direto
com o mercado de discos e fitas
cassete.
``Queremos buscar parcerias
com esses segmentos'', explica o
secretário-executivo da ABPD,
Roberto Souto.
Esse ``combate publicitário'' à
pirataria consiste na distribuição de cartazes nos postos de
vendas de discos, de apostilas
explicativas aos lojistas e de calendários para funcionários da
polícia e do Judiciário.
Os cartazes e os calendários
apresentarão textos para alertar
as pessoas sobre as perdas causadas por essa atividade ilegal.
A pirataria gera um prejuízo
anual de R$ 165 milhões, só de
impostos não recolhidos e sonegação fiscal, segundo dados divulgados pela ABPD.
Souto diz que é preciso esclarecer ao lojista que vender produtos falsificados também é crime: ``Você se torna co-autor do
delito''.
Tanto os calendários -distribuídos por mala direta- como
os cartazes -que serão fornecidos pelas gravadoras- terão tiragem de 50 mil exemplares,
mas esse número pode aumentar dependendo da demanda.
A campanha antipirataria
também lança um serviço telefônico para denúncias e esclarecimentos. Por meio do telefone
0800-11-57-51, pode-se fazer denúncias anonimamente, assim
como tirar dúvidas sobre produtos piratas.
Para 1997, está previsto um orçamento de R$ 1,2 milhão para a
campanha. ``Esperamos reduzir
bastante essa atividade ilegal,
mas para isso teremos de contar
com a ética e a moral dos vendedores'', afirma Souto.
Para tornar seu combate mais
eficaz, a ABPD lançou no início
deste ano um selo holográfico. O
adesivo está sendo colado em todos os lançamentos de 1997 e
vem com a marca da Federação
Latino-Americana de Produtores de Fonogramas.
Entre os artistas mais pirateados, estão Amado Batista, Netinho, Skank e Só pra Contrariar,
além de trilhas sonoras de telenovelas.
Cerca de 60 milhões de cassetes piratas são comprados todos
os anos, enquanto a indústria legal vende apenas 4 milhões de fitas no mesmo período.
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