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MÚSICA
Guitarrista do White Flames é destaque na banda do ex-Pink Floyd
Roger Waters traz músicos "calejados" para o Brasil
MARCELO VALLETTA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Acompanhar uma figura histórica como Roger Waters não é para qualquer músico. Entre os integrantes da atual banda do ex-líder
do Pink Floyd estão instrumentistas experientes, que tocaram ao
lado de outros importantes nomes do rock e estiveram presentes
em eventos memoráveis.
O grupo poderá ser visto com
Waters nos shows que acontecem
em São Paulo amanhã e sexta, às
21h30, no Estádio do Pacaembu.
Um dos mais célebres instrumentistas ao lado de Waters é o
guitarrista Snowy White, que já
foi membro do Thin Lizzy , tocou
com Peter Green, do Fleetwood
Mac, e de uns anos para cá lidera
seu próprio grupo, White Flames.
O guitarrista trabalhou com
Waters pela primeira vez quando
o idealizador de "The Wall" ainda
estava à frente do Pink Floyd, durante a turnê do disco "Animals",
em 1977. Discreto, White não comenta assuntos internos do grupo: "Eu era apenas um músico de
apoio, não era assim tão próximo
da banda. Não percebi se rolava
algum tipo de conflito entre eles,
na época."
White também afirma que a fama de mandão de Waters não
passa de mito. "É ótimo trabalhar
com ele. E ele está muito contente
com o interesse que o público está
demonstrando nesta turnê."
O músico também esteve ao lado de Waters em seu momento
mais importante desde que se separou do Pink Floyd: a apresentação de "The Wall" em Berlim,
transmitida ao vivo para o mundo
inteiro em 31 de julho de 1990.
"Estavam lá 300 mil pessoas, eu
era uma pequena parte de tudo
aquilo. Só mesmo Roger para realizar algo do tipo. Ele é uma pessoa muito forte."
Outro veterano guitarrista que
acompanha Waters nesta turnê,
Andy Fairweather Low, também
elogia o ex-Pink Floyd. "Roger está sempre compondo, está trabalhando em uma ópera, é um homem muito ocupado, mas estamos nos divertindo muito."
Low, que chega a tocar nove
guitarras diferentes no show "In
the Flesh", revela que a banda poderá apresentar uma composição
nova de Waters. "Nós tocamos
novidades na África do Sul, vai
depender de como Roger se sentir
durante o espetáculo."
O guitarrista também fala sobre
as sessões de gravação do próximo álbum de Waters. "Estamos
trabalhando em um disco novo
há uns dois anos, mas não há previsão de quando será lançado.
"Amused to Death" demorou quatro anos para ficar pronto, por
exemplo."
Outra figura especial na banda
de Waters é seu filho Harry, que
assumiu os teclados no meio da
turnê. "Poder dividir o palco com
ele é a melhor coisa que um pai
pode fazer por seu filho", afirma
Low.
A presença de músicos com formação e histórico variados, porém, não deve desagradar os fãs
do "velho" Pink Floyd. Devem integrar o programa do show canções como "Another Brick in the
Wall", "Mother", "Shine On You
Crazy Diamond", "Time" e "Money". Os efeitos sonoros e visuais
também contribuem para deixar
o clima do espetáculo mais próximo ao que era o da formação clássica da banda.
Com a atual formação do Pink
Floyd sem perspectivas anunciadas de tocar no Brasil, pode ser
que os entusiastas da fase áurea
do grupo encontrem em Roger
Waters a melhor oportunidade de
recordar os principais momentos
da banda. Foi ele quem idealizou
o álbum duplo "The Wall", e seu
papel foi fundamental na concepção de "Dark Side of the Moon",
considerado a obra-prima do
Pink Floyd.
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