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São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 2003

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Maria Bonomi faz cenografia conceitual

DA REPORTAGEM LOCAL

A cenografia de "Tarsila" reata Maria Bonomi com o teatro. O último trabalho que a pintora e gravurista assinou no palco foi em 1989, em "Noite na Taverna", de Alvares de Azevedo, encenação de Ademar Guerra.
Na primeira peça, "As Feiticeiras de Salém" (60), de Arthur Miller, a direção era de Antunes Filho, com quem foi casada. "Hoje a cenografia é mais um suporte do que um tema. É totalmente minimalista, não há mais aquele sentido naturalista, realista", diz Bonomi, 71, que volta às artes cênicas por meio do apelo das artes plásticas. Ela conheceu Tarsila, identifica-se afetivamente com o projeto.
O palco do teatro Sesc Anchieta recebe cenografia conceitual. Bonomi quer dialogar com a visualidade que Tarsila procurava liberar em suas obras. Além do lugar da memória, representado pelo cubo onde são projetadas as imagens dos quadros, há elementos como colunas evocativas da art noveau, de linhas sinuosas.
Os três planos de ação (Paris, a fazenda e a cidade de São Paulo) não são estanques; ao contrário, são desenhados pelos vazios.
Entre esses três planos, Bonomi imprime um olhar especial sobre o espaço da intimidade, o lugar do ateliê, do cavalete, da criação, enfim, o "plano da essência".
Acostumada a intervir no espaço público, onde é imperativo se adequar à realidade, Bonomi vê no teatro um contraponto: o território do onírico, onde os sonhos não têm limites. "Só lamento que o teatro seja como a vida, efêmero. Para mim isso é muito triste." (VS)


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