São Paulo, domingo, 13 de março de 2011 |
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CRÍTICA TERROR Barulhento como um videogame, "Doce Vingança" abusa de violência explícita ANDRÉ BARCINSKI CRÍTICO DA FOLHA Imagine só: você está passando em frente a um cinema e resolve dar uma espiada nos filmes em cartaz: "Ah, "Doce Vingança"... com um título desses, deve ser divertido! Vamos entrar?" Daí você compra os ingressos, a pipoca, entra na sala e descobre que o título original é "Eu Cuspo na Sua Cova". Se você tem mais de 14 anos e não passa os dias trucidando bandidos num videogame, a chance de gostar desse filme é nula. Trata-se da nova versão de um cultuado "trash movie" de 1978 sobre a vingança de uma mulher contra seus estupradores. Aqui, uma jovem escritora aluga uma cabana na floresta em busca de paz para trabalhar. Mas sua presença atrai atenção indesejada. Um grupo de caipiras sádicos (todo caipira em filme de terror é psicopata, lembra?) violenta a moça. Ela escapa, mas volta para se vingar. "Doce Vingança" é mais um filme de tortura disfarçado de terror. A exemplo de "Jogos Mortais" e "O Albergue", substitui tensão e clima por barulho e violência. Na primeira metade, a moça é brutalizada; na segunda, ela brutaliza seus algozes, incluindo um rapaz com problemas mentais. Talvez esse seja o tipo de filme de terror que apele ao espectador mais jovem: editado ferozmente como um videoclipe, barulhento como um videogame, explícito como alguma cena proibida na internet. Já existe até um nome para esse gênero: "torture porn" ("pornô-tortura"). Sociologismos à parte, o filme não presta. A história é rasteira, as cenas previsíveis, e os sustos são poucos. Até porque esse filme não assusta, ele repele. George Romero, diretor de "A Noite dos Mortos-Vivos" (1968) e um dos grandes inovadores do cinema de horror, disse tudo. "Esses filmes de "torture porn" não são para mim; eles não sabem o significado da palavra "metáfora'", declarou. DOCE VINGANÇA DIREÇÃO Steven R. Monroe PRODUÇÃO EUA, 2010 COM Sarah Butler, Jeff Branson e Andrew Howard ONDE nos cines Central Plaza Cinemark, Interlagos Cinemark, SP Market Cinemark e circuito CLASSIFICAÇÃO 16 anos AVALIAÇÃO ruim Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Ferreira Gullar: Se a História tem lógica... Índice | Comunicar Erros |
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