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Obra vai de Roma até Henfil, mas esquece negros
DA REPORTAGEM LOCAL
A escalação dos articulistas que
ocupa a extensa lista ao pé deste
texto mostra a qualidade e a diversidade do livro "Minorias Silenciadas". O time de historiadores, professores de literatura, jornalistas, sociólogos e educadores
conseguiu montar um painel amplo cronologicamente e quase tão
diversificado como podem ser os
tipos de censura.
Os trabalhos começam com
uma erudita exposição de Anita
Novinsky sobre os primeiros casos conhecidos de censura (na
Antiguidade romana).
O volume termina com diversos
artigos sobre como o regime militar perseguia tanto jornais alternativos como "Movimento" (no
qual escrevia nosso atual presidente, Fernando Henrique Cardoso) como desenhistas do porte
de Henfil (tema do único texto
não exposto no seminário que gerou o livro, feito pelo jornalista
Maurício Maia).
Nesse longo passeio pela cultura
da mordaça, e pela mordaça da
cultura, ficou faltando apenas algum artigo sobre o silêncio dado
ao negro na história brasileira,
um dos temas de estudo, por sinal, da organizadora do livro.
O lapso deixa marcas negativas,
mas não tira o brilho de "Minorias Silenciadas", saudado na
abertura com um pronunciamento ufanista do ex-reitor da USP
Jacques Marcovitch: "Posso afirmar que aquele foi um dos mais
belos momentos da nossa história
acadêmica".
(CEM)
MINORIAS SILENCIADAS - HISTÓRIA
DA CENSURA NO BRASIL -
Organização: Maria Luiza Tucci Carneiro.
Autores: Ana Luiza Martins, Anita
Novinsky, Beatriz Kushnir, Bernardo
Kucinsky, Boris Schnaiderman, Cremilda
Medina, Daniel Aarão Reis Filho, Denise
Rollemberg, Inimá Ferreira Simões, José
Carlos Sebe Bom Meihy, Leila Mezan
Algranti, Lúcia M. Bastos Pereira Neves,
Luiz Carlos Villalta, Luiz Roncari, Marcelo
Ridenti, Marcia Mascarenhas Camargos,
Maria das Graças Andrade Ataide de
Almeida, Maria Aparecida de Aquino,
Oliveiros Ferreira, Silvia Cortez Silva,
Valentim Aparecido Facioli, Vladimir
Sacchetta. Editora: Edusp/Fapesp/Im-
prensa Oficial. Quanto: R$ 45 (614 págs.).
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