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Crítica/"Tartarugas Ninja - O Retorno"
Serve para os fãs matarem as saudades
Apesar de mais convincentes em formato digital que com fantasias, personagens perdem impacto em história confusa
DE LONDRES
É de se supor que ninguém vá ao cinema desavisado para assistir a
uma animação sobre tartarugas adolescentes mutantes e,
ainda por cima, ninjas.
Ou seja, o público que for
conferir, a partir de hoje, "Tartarugas Ninja - O Retorno", certamente já conhece bem a história dos irmãos Rafael, Donatello, Leonardo e Michelangelo, os quatro cascudos combatentes do crime que habitam os
esgotos de Nova York.
Esse conhecimento prévio da
saga do quarteto é importante,
já que o novo filme parte de onde os três anteriores -do início
da década de 1990- acabaram.
Com seu principal inimigo, o
Destruidor, derrotado, as tartarugas começam o filme em baixa, separadas e fora de ação.
Leonardo -o da faixa azul,
que usa duas espadas-, está
desgarrado nas selvas da A-
mérica Central, em um retiro
espiritual para torná-lo um líder de fato.
Donatello (bandana roxa e
bastão) e Michelangelo (bandana laranja mais tchacos) sofrem em empregos normais,
enquanto Raphael usa suas
adagas ninja (mais a faixa vermelha) para agir secretamente
como um vigilante noturno.
Guerreiros e monstros
A trama mirabolante que os
reúne novamente é espremida
nos cinco minutos iniciais, e fala de um guerreiro que conquistou a imortalidade há
3.000 anos.
Para atingir o feito, a figura
condenou seus generais a virarem estátuas de pedra e liberou
13 monstros sobre a Terra.
Com a bênção do mestre
Splinter (o rato mutante que as
criou e treinou) e o apoio dos
amigos humanos April e Casey,
os quatro quelônios voltam à
ativa para salvar o dia de novo.
O tempero da confusa história vem na forma de um conflito entre Leonardo e Raphael
pela liderança do grupo.
Animação digital
A principal diferença neste
retorno das Tartarugas Ninja
está no formato: saem os atores
reais fantasiados dos três primeiros filmes, entra a animação digital.
Este é também o ponto forte
da nova aventura: as tartarugas
ficaram muito mais convincentes e visualmente impactantes
no formato digital.
A ação também saiu ganhando, com a agilidade dos ninjas
finalmente se traduzindo na tela, além dos cenários deslumbrantes de cidade, selva e, principalmente, das cenas de chuva.
Os personagens humanos,
em compensação, ficaram
aquém do esperado -e há, ainda, uma cópia descarada do sr.
Incrível, criado pela Pixar para
"Os Incríveis" (2004).
A destacá-los, apenas as vozes emprestadas por estrelas
como Sarah Michelle Gellar
(April) e Laurence Fishburne
(o narrador), que os brasileiros
não poderão ouvir porque só
verão cópias dubladas.
Pesados prós e contras, "Tartarugas Ninja - O Retorno" acaba sendo uma animação ape-
nas regular, em que os bons
gráficos são traídos pelo rotei-
ro fraco.
Para a platéia infanto-juvenil
e para os fãs de longa data, deve
servir para matar saudades. Para o estúdio que produziu, serve para atualizar uma infinita
linha de produtos (bonecos, jogos etc.) rentáveis.
Já os fãs de animação podem
torcer para que o próximo desenho, claramente anunciado
no fim deste, faça jus aos heróis.
(MAC)
AS TARTARUGAS NINJA - O RETORNO
Produção: EUA/Hong Kong, 2007
Direção: Kevin Munroe
Quando: Frei Caneca Unibanco Arteplex, Iguatemi Cinemark e circuito
Avaliação: regular
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