São Paulo, sexta-feira, 13 de abril de 2007

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Crítica/"Tartarugas Ninja - O Retorno"

Serve para os fãs matarem as saudades

Apesar de mais convincentes em formato digital que com fantasias, personagens perdem impacto em história confusa

DE LONDRES

É de se supor que ninguém vá ao cinema desavisado para assistir a uma animação sobre tartarugas adolescentes mutantes e, ainda por cima, ninjas.
Ou seja, o público que for conferir, a partir de hoje, "Tartarugas Ninja - O Retorno", certamente já conhece bem a história dos irmãos Rafael, Donatello, Leonardo e Michelangelo, os quatro cascudos combatentes do crime que habitam os esgotos de Nova York.
Esse conhecimento prévio da saga do quarteto é importante, já que o novo filme parte de onde os três anteriores -do início da década de 1990- acabaram.
Com seu principal inimigo, o Destruidor, derrotado, as tartarugas começam o filme em baixa, separadas e fora de ação. Leonardo -o da faixa azul, que usa duas espadas-, está desgarrado nas selvas da A- mérica Central, em um retiro espiritual para torná-lo um líder de fato.
Donatello (bandana roxa e bastão) e Michelangelo (bandana laranja mais tchacos) sofrem em empregos normais, enquanto Raphael usa suas adagas ninja (mais a faixa vermelha) para agir secretamente como um vigilante noturno.

Guerreiros e monstros
A trama mirabolante que os reúne novamente é espremida nos cinco minutos iniciais, e fala de um guerreiro que conquistou a imortalidade há 3.000 anos.
Para atingir o feito, a figura condenou seus generais a virarem estátuas de pedra e liberou 13 monstros sobre a Terra.
Com a bênção do mestre Splinter (o rato mutante que as criou e treinou) e o apoio dos amigos humanos April e Casey, os quatro quelônios voltam à ativa para salvar o dia de novo.
O tempero da confusa história vem na forma de um conflito entre Leonardo e Raphael pela liderança do grupo.

Animação digital
A principal diferença neste retorno das Tartarugas Ninja está no formato: saem os atores reais fantasiados dos três primeiros filmes, entra a animação digital.
Este é também o ponto forte da nova aventura: as tartarugas ficaram muito mais convincentes e visualmente impactantes no formato digital.
A ação também saiu ganhando, com a agilidade dos ninjas finalmente se traduzindo na tela, além dos cenários deslumbrantes de cidade, selva e, principalmente, das cenas de chuva.
Os personagens humanos, em compensação, ficaram aquém do esperado -e há, ainda, uma cópia descarada do sr. Incrível, criado pela Pixar para "Os Incríveis" (2004).
A destacá-los, apenas as vozes emprestadas por estrelas como Sarah Michelle Gellar (April) e Laurence Fishburne (o narrador), que os brasileiros não poderão ouvir porque só verão cópias dubladas.
Pesados prós e contras, "Tartarugas Ninja - O Retorno" acaba sendo uma animação ape- nas regular, em que os bons gráficos são traídos pelo rotei- ro fraco.
Para a platéia infanto-juvenil e para os fãs de longa data, deve servir para matar saudades. Para o estúdio que produziu, serve para atualizar uma infinita linha de produtos (bonecos, jogos etc.) rentáveis. Já os fãs de animação podem torcer para que o próximo desenho, claramente anunciado no fim deste, faça jus aos heróis. (MAC)

AS TARTARUGAS NINJA - O RETORNO
Produção:
EUA/Hong Kong, 2007
Direção: Kevin Munroe
Quando: Frei Caneca Unibanco Arteplex, Iguatemi Cinemark e circuito
Avaliação: regular


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