São Paulo, domingo, 13 de abril de 2008

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Diretor persegue o choque da "dureza com a poesia"

DA ENVIADA A ARRAIAL DO CABO (RJ)

"Onda contra pedra", ou o choque "da dureza com a poesia", é a imagem que, na visão do diretor Heitor Dhalia, resume seu novo filme, "À Deriva".
As filmagens, iniciadas há duas semanas nas praias de Búzios, devem ir até 7 de maio.
Depois da estréia em longas com o pouco apreciado pela crítica "Nina", inspirado em "Crime e Castigo", e do sucesso cult de "O Cheiro do Ralo" (2007), adaptação de história em quadrinhos de Lourenço Mutarelli, Dhalia decidiu partir para uma história "não exatamente biográfica, mas com fortíssimos elementos pessoais".
Assim como Filipa (Laura Neiva), pelo ponto de vista de quem a trama de "À Deriva" se desenrola, o pernambucano Dhalia cresceu entre sol, areia e mar, e viu o amor e o casamento de seus pais chegarem ao fim.
Quando amigos e colegas de profissão reagiram com empatia ao roteiro que ele co-escreveu com Vera Egito, Dhalia concluiu que "todo mundo teve na vida um verão, uma praia e uma crise familiar".
Contar essa crise sem diminuir sua complexidade e sem acentuar sua dor, "deixando as armas de lado", é o "maior desafio" que o cineasta está enfrentando no set. "Pela primeira vez, estou fazendo um filme mais com o coração do que com o cérebro", afirma.
O ator Vincent Cassel, que havia gostado do "tom perverso" de "O Cheiro do Ralo", identificou em "À Deriva" um parentesco "com a nouvelle vague, mas com um sabor brasileiro", enfim, um velho novo território, como o das famílias.


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