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Diretor persegue o choque da "dureza com a poesia"
DA ENVIADA A ARRAIAL DO CABO (RJ)
"Onda contra pedra", ou o
choque "da dureza com a poesia", é a imagem que, na visão
do diretor Heitor Dhalia, resume seu novo filme, "À Deriva".
As filmagens, iniciadas há
duas semanas nas praias de Búzios, devem ir até 7 de maio.
Depois da estréia em longas
com o pouco apreciado pela crítica "Nina", inspirado em "Crime e Castigo", e do sucesso cult
de "O Cheiro do Ralo" (2007),
adaptação de história em quadrinhos de Lourenço Mutarelli,
Dhalia decidiu partir para uma
história "não exatamente biográfica, mas com fortíssimos
elementos pessoais".
Assim como Filipa (Laura
Neiva), pelo ponto de vista de
quem a trama de "À Deriva" se
desenrola, o pernambucano
Dhalia cresceu entre sol, areia e
mar, e viu o amor e o casamento
de seus pais chegarem ao fim.
Quando amigos e colegas de
profissão reagiram com empatia ao roteiro que ele co-escreveu com Vera Egito, Dhalia
concluiu que "todo mundo teve
na vida um verão, uma praia e
uma crise familiar".
Contar essa crise sem diminuir sua complexidade e sem
acentuar sua dor, "deixando as
armas de lado", é o "maior desafio" que o cineasta está enfrentando no set. "Pela primeira vez, estou fazendo um filme
mais com o coração do que com
o cérebro", afirma.
O ator Vincent Cassel, que
havia gostado do "tom perverso" de "O Cheiro do Ralo",
identificou em "À Deriva" um
parentesco "com a nouvelle vague, mas com um sabor brasileiro", enfim, um velho novo
território, como o das famílias.
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