São Paulo, domingo, 13 de abril de 2008

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Especialista aponta "figuratividade estranha", mas elogia parques ecológicos

DA REPORTAGEM LOCAL

Dois arquitetos ouvidos pela Folha destacam a importância de Ruy Ohtake no cenário da arquitetura contemporânea no Brasil, mas fazem algumas ressalvas a projetos recentes assinados por ele.
"Recentemente Ohtake vem desenvolvendo trabalhos com uma figuratividade estranha, ultrapassando as curvas e geometrias das formas livres dos seus trabalhos mais antigos", avalia o professor Renato Anelli, coordenador do programa de arquitetura e urbanismo da USP-São Carlos.
Para Anelli, esses novos projetos "tentam se aproximar das formas da arquitetura contemporânea internacional, com resultados que ainda carecem de uma análise aprofundada".

Desvio
Segundo Luiz Recamán, professor de arquitetura da USP-São Carlos e da PUC-Campinas, a trajetória de Ohtake "tem desviado da tradição moderna que caracterizaria o núcleo essencial da escola [paulista] a que pertence".
"É um desdobramento que o levou a uma elaboração formal, pretensamente livre e crítica, da arquitetura local que se fazia", explica ele.
Anelli acredita que a obra de Ohtake merece estudos mais detidos. "Paira um certo silêncio sobre sua produção, é uma situação injusta com um dos principais arquitetos brasileiros na ativa."
Ele destaca como seus principais projetos a casa de Tomie Ohtake, mãe do arquiteto e artista plástica, em São Paulo, e os parques ecológicos do Tietê e de Indaiatuba (SP). "[Os projetos] Revelam uma possibilidade de convergência entre o urbanismo moderno e a sustentabilidade ambiental e tratam da relação da cidade com seus rios", diz o professor. (MG)


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