São Paulo, segunda, 13 de abril de 1998

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TELEVISÃO

Hélio de la Peña dá show em "Casseta' semanal

TELMO MARTINO
Colunista da Folha

O planeta era diário, mas o fato de a apresentação do "Casseta" ser, agora, semanal, já é um ótimo presente.
Encontrar logo de cara o Hélio de la Peña vestido de mosquito da dengue, com o diploma de cidadão carioca honorário numa de suas dez mãos, é mais engraçado do que dez anos de Ratinho.
Hélio de la Peña foi, inclusive, promovido a ator de primeira grandeza da Casseta Productions.
Coube a ele interpretar o papel de Leonardo DiCaprio na versão brasileira, com sérias restrições orçamentárias, do "Titanic".
Tão sérias eram essas restrições que, em vez de um iceberg, a trombada do navio é com um Rosemberg.
Com consequências graves como as de um desabamento de barraco em favela, a sábia Fernanda Montenegro era a própria felicidade ao passar com seu aparelho de televisão embaixo do braço, à procura de uma tomada para agradecer ao bom Deus a realidade de não ter nascido Regina Duarte.
Fernanda estava mais Frau Danken do que nunca ensinando a Cassetada a ser um ensemble. Já Frau Berlim resolveu convencer os rapazes que cada um era uma batata. Grande atriz e grande mestra.
Bussunda virou um batatão tão enorme que, sozinho, teria saciado a fome de toda a Irlanda, durante a tal da famine que colocou tudo o que era Kennedy no primeiro barco que tivesse a América como destino.
Numa rasante investida pelos jornais, o "Casseta" semanal descobriu por que aquele filme que quase ganhava o Oscar não levou o boneco.
O "aparelho" usado no sequestro era de propriedade do Sérgio Canaya e se esfarelou com o sonho dos Barreto.
Sensacional foi também a investida do recém-contratado Zico, "o zagalinho de Quintino", pela concentração da seleção, acabando com todos os jogos, inclusive com o buraquinho que o Romário tinha levado para a cama.
Como ex-proprietário de um deles, "seu" Casseta sabe que é nos jornais que está o humor.
Só lá se tem a informação de que o Rubinho Barrichelo nunca é culpado de excesso de velocidade e que o Hélio de la Peña não será mais um mosquito condecorado. A nomeação do ministro José Motosserra para a Saúde garante a melhor pista de pouso para o mosquito da dengue. Pousa e morre.
Assim como o cacique Pojiucã, quem estudou em Harvard sempre ri melhor.




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