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Maria Flor protagoniza "Eterna Magia"
Atriz, que iniciou carreira no cinema, tem primeiro papel de destaque na TV
Sobre estréia na Globo, em "Malhação", em 2003, ela diz: "às vezes, a gente tem que fazer alguns trabalhos que levam a outros"
MARCELO BARTOLOMEI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Rosto já conhecido no cinema, com papéis em filmes como "Quase Dois Irmãos" e "O
Diabo a Quatro", Maria Flor,
23, encara, a partir de amanhã,
um desafio inédito: liderar o
elenco de uma novela da Globo.
Sua Nina é a protagonista de
"Eterna Magia", de Elizabeth
Jhin, a nova produção da emissora para o horário das 18h.
No mesmo dia em que seu
maior ícone da TV, a companheira de elenco Malu Mader,
reclamava publicamente dos
boatos que circulavam na imprensa sobre o suposto fim de
seu casamento, Maria Flor sentiu na pele o que deverá enfrentar nos próximos oito meses.
"Eu me assustei", conta, referindo-se ao dia em que elenco e
produção foram apresentados
à imprensa. "Era tanto jornalista, tanta pergunta e um assédio
que eu nunca tinha vivido nas
entrevistas sobre os filmes que
fiz antes."
"O público sempre foi carinhoso comigo. Eu acho que
construí alguma coisa. Não sei
como eles acham que a Maria
Flor é. Eu acho que os fãs queriam que eu fosse mais alta",
brinca. "Quero que as pessoas
venham falar comigo na rua
[sobre o personagem] e dêem
sua opinião."
Em "Eterna Magia", Maria
Flor será Nina, uma descendente de bruxas que renegará
seus poderes por achar que eles
fizeram mal à família no passado. Diferentemente de outros
papéis -em "O Diabo..." e "Belíssima", ela viveu prostitutas-
, a atriz será uma clássica mocinha romântica, apaixonada pelo noivo, que sofrerá quando
descobrir que será trocada pela
irmã. "Há alguns dias, eu gravei
uma cena em que ela está toda
sofredora e cai de uma escada.
Me inspirei em Scarlet O'Hara,
de "E o Vento Levou", para fazer
a Nina", conta.
Cacá Diegues reprovou
Carioca de Laranjeiras, Maria Flor estudou teatro na infância, mas se dedicou ao balé
na adolescência. "Eu decidi que
queria ser bailarina, mas surgiu
o cinema." Por causa da paixão
pela profissão e do porte físico
- 1,62 metro e 46 quilos-, fez
aulas de acrobacia aérea e de
dança, até que um dia foi convidada a fazer um teste para o filme "O Diabo a Quatro", de Alice de Andrade. Antes, chegou a
se empolgar com uma possível
entrada no cinema, quando foi
dirigida por Cacá Diegues em
um teste para "Deus É Brasileiro", no qual não passou.
Depois da reprovação, procurou cursos de interpretação e
foi chamada para o filme "Quase Dois Irmãos", de Lúcia Murat, e também para uma participação em "Cazuza - O Tempo
Não Pára", de Sandra Werneck
e Walter Carvalho.
Numa trajetória inversa à da
maioria dos companheiros de
cena, do cinema para a televisão, abandonou os cursos, inclusive a faculdade, para fazer
"Malhação" (2003), "Cabocla"
(2004) e "Belíssima" (2005).
"Às vezes, a gente tem que fazer
alguns trabalhos que levam a
outros. Fiz "Malhação" e aprendi muito ali. Eles fazem muitas
cenas por dia, é uma rapidez e
muita gente em cena", avalia.
Da admiração platônica à
convivência diária, ela tem gravado ao lado de grandes nomes
do teatro e da televisão. "A gente tem que observar muito. Me
inspiro nas pessoas da rua, nos
outros atores, pergunto se está
bom. Eu amo a Malu, por exemplo. Imagina: eu assisti a "Top
Model" [1989] e agora estou fazendo a irmã dela, que era minha musa inspiradora", diz.
Novela à parte, Maria Flor
pode ser vista atualmente nos
cinemas como a Letícia de
"Proibido Proibir", de Jorge
Durán, em que é um dos vértices do triângulo amoroso também composto por Caio Blat e
Alexandre Rodrigues. Na história, ela é a estudante de arquitetura Letícia, que, na companhia
dos pretendentes, enfrenta
uma situação-limite quando o
filho de uma paciente de Paulo
(Blat) é ameaçado pela banda
podre da polícia.
Ainda neste ano ela aparecerá em "Pode Crer!", de Arthur
Fontes, e "Chega de Saudade",
segundo longa-metragem de
Laís Bodanzky. "Vai parecer
que eu trabalho muito e faço
várias coisas, mas os filmes, todos, já foram feitos."
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