São Paulo, domingo, 13 de maio de 2007

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Maria Flor protagoniza "Eterna Magia"

Atriz, que iniciou carreira no cinema, tem primeiro papel de destaque na TV

Sobre estréia na Globo, em "Malhação", em 2003, ela diz: "às vezes, a gente tem que fazer alguns trabalhos que levam a outros"

MARCELO BARTOLOMEI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Rosto já conhecido no cinema, com papéis em filmes como "Quase Dois Irmãos" e "O Diabo a Quatro", Maria Flor, 23, encara, a partir de amanhã, um desafio inédito: liderar o elenco de uma novela da Globo. Sua Nina é a protagonista de "Eterna Magia", de Elizabeth Jhin, a nova produção da emissora para o horário das 18h.
No mesmo dia em que seu maior ícone da TV, a companheira de elenco Malu Mader, reclamava publicamente dos boatos que circulavam na imprensa sobre o suposto fim de seu casamento, Maria Flor sentiu na pele o que deverá enfrentar nos próximos oito meses.
"Eu me assustei", conta, referindo-se ao dia em que elenco e produção foram apresentados à imprensa. "Era tanto jornalista, tanta pergunta e um assédio que eu nunca tinha vivido nas entrevistas sobre os filmes que fiz antes."
"O público sempre foi carinhoso comigo. Eu acho que construí alguma coisa. Não sei como eles acham que a Maria Flor é. Eu acho que os fãs queriam que eu fosse mais alta", brinca. "Quero que as pessoas venham falar comigo na rua [sobre o personagem] e dêem sua opinião."
Em "Eterna Magia", Maria Flor será Nina, uma descendente de bruxas que renegará seus poderes por achar que eles fizeram mal à família no passado. Diferentemente de outros papéis -em "O Diabo..." e "Belíssima", ela viveu prostitutas- , a atriz será uma clássica mocinha romântica, apaixonada pelo noivo, que sofrerá quando descobrir que será trocada pela irmã. "Há alguns dias, eu gravei uma cena em que ela está toda sofredora e cai de uma escada. Me inspirei em Scarlet O'Hara, de "E o Vento Levou", para fazer a Nina", conta.

Cacá Diegues reprovou
Carioca de Laranjeiras, Maria Flor estudou teatro na infância, mas se dedicou ao balé na adolescência. "Eu decidi que queria ser bailarina, mas surgiu o cinema." Por causa da paixão pela profissão e do porte físico - 1,62 metro e 46 quilos-, fez aulas de acrobacia aérea e de dança, até que um dia foi convidada a fazer um teste para o filme "O Diabo a Quatro", de Alice de Andrade. Antes, chegou a se empolgar com uma possível entrada no cinema, quando foi dirigida por Cacá Diegues em um teste para "Deus É Brasileiro", no qual não passou.
Depois da reprovação, procurou cursos de interpretação e foi chamada para o filme "Quase Dois Irmãos", de Lúcia Murat, e também para uma participação em "Cazuza - O Tempo Não Pára", de Sandra Werneck e Walter Carvalho.
Numa trajetória inversa à da maioria dos companheiros de cena, do cinema para a televisão, abandonou os cursos, inclusive a faculdade, para fazer "Malhação" (2003), "Cabocla" (2004) e "Belíssima" (2005). "Às vezes, a gente tem que fazer alguns trabalhos que levam a outros. Fiz "Malhação" e aprendi muito ali. Eles fazem muitas cenas por dia, é uma rapidez e muita gente em cena", avalia.
Da admiração platônica à convivência diária, ela tem gravado ao lado de grandes nomes do teatro e da televisão. "A gente tem que observar muito. Me inspiro nas pessoas da rua, nos outros atores, pergunto se está bom. Eu amo a Malu, por exemplo. Imagina: eu assisti a "Top Model" [1989] e agora estou fazendo a irmã dela, que era minha musa inspiradora", diz.
Novela à parte, Maria Flor pode ser vista atualmente nos cinemas como a Letícia de "Proibido Proibir", de Jorge Durán, em que é um dos vértices do triângulo amoroso também composto por Caio Blat e Alexandre Rodrigues. Na história, ela é a estudante de arquitetura Letícia, que, na companhia dos pretendentes, enfrenta uma situação-limite quando o filho de uma paciente de Paulo (Blat) é ameaçado pela banda podre da polícia.
Ainda neste ano ela aparecerá em "Pode Crer!", de Arthur Fontes, e "Chega de Saudade", segundo longa-metragem de Laís Bodanzky. "Vai parecer que eu trabalho muito e faço várias coisas, mas os filmes, todos, já foram feitos."


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