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Diretor diz que efeitos dão mais trabalho do que estrelas
DE NOVA YORK
Leia a seguir trechos da entrevista que o diretor Bryan Singer,
de "X-Men", deu à Folha.
(SD)
Folha - Na primeira aparição da
Anna Paquin em "X-Men", a mãe
dela está tocando piano. É referência ao filme "O Piano"?
Bryan Singer - Não tinha pensado nisso! Mas pode escrever que
foi uma "inside joke" (piada interna), gostei dessa versão da história (risos). A verdade é que estávamos filmando numa casa mesmo, eu vi o piano e perguntei à
atriz que interpreta a mãe se ela
sabia tocar. A idéia é a de uma casa normal, em que a mãe toca piano, o pai calcula as contas e a filha
está no quarto tendo sua primeira
experiência como mutante.
Folha - Há diferença entre dirigir
"Os Suspeitos" e "X-Men"?
Singer - Li histórias em quadrinhos durante 15 anos, conheço
bem esse universo, me sinto íntimo desses personagens.
Tive de me preparar mais para
estar à frente de um projeto tão
ambicioso do que para lidar com
os mutantes do filme.
E o "background" dos personagens já existia nas HQs, só tive de
recuperá-los. A história dos pais
de Magneto, por exemplo, a falta
de passado do Wolverine, tudo isso já existia. Só fiz mudanças em
algumas características dos outros mutantes, para ficar mais
emocionante.
Folha - Que mudanças?
Singer - Aumentei os poderes de
alguns mutantes, fiz eles ficarem
um pouco mais competentes.
Mas nada que vá incomodar os
fãs. Estava mais interessado na essência dos personagens, nos conflitos pessoais de cada um e na
reação deles ao preconceito dos
humanos do que na parte sobrenatural da vida deles.
Folha - Stan Lee influiu?
Singer - Conversei muito com
ele antes de começar a filmar. Sobre o roteiro, concordamos que
os mutantes deveriam ter mais
poderes. Mas depois ficou tudo
por minha conta.
Folha - Como é fazer um filme
com tantos efeitos especiais?
Singer - Essa, para mim, foi a
grande diferença.
Primeiro, visitei o set de "Star
Wars - Episódio 1: A Ameaça Fantasma", fiz uma pesquisa com a
equipe de "Titanic", fui a várias
empresas de efeitos especiais. Tive de aprender a lidar com eles
para saber usá-los do melhor jeito
possível.
Há coisas que são muito perigosas, até para os dublês; outras demoram muitas horas até que você
tenha o resultado que procura.
Efeitos especiais dão muito mais
trabalho do que qualquer estrela
de Hollywood.
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