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Livro analisa
obra do artista
da Agência Folha, em Campo
Grande
A crítica de arte Mariza
Bertoli, 55, conselheira da
Sociedade Científica de Estudos da Arte, ligada à USP
(Universidade de São Paulo), coloca o artista plástico
Humberto Espíndola "entre os poucos que apresentaram uma visualidade
muito autêntica na pintura
brasileira", ao lado de João
Câmara, Antônio Amaral e
Siron Franco.
Bertoli escreveu um livro
sobre a trajetória de Espíndola que está para ser publicado e já é considerado o
mais completo sobre o assunto. Ela analisou, em viagens a Campo Grande (MS)
e Cuiabá (MT), cerca de 100
das 500 obras do artista.
Intitulado "O Mítico e o
Político na Arte de Humberto Espíndola", o livro
começou a ser gestado em
93, quando a autora defendeu uma tese de mestrado
na USP sobre o pintor.
"A obra de Espíndola é
de uma regionalidade generosa, que se abre para a universalidade", diz Bertoli.
O aspecto político da obra
de Espíndola é mais evidente em fases como a de 78,
em que, segundo Bertoli,
ele realiza quase uma "historiografia plástica" da divisão de Mato Grosso. Em
alguns quadros dessa fase,
bois travestidos de generais
e políticos se debruçam sobre o mapa brasileiro.
O mítico e o político na
obra de Espíndola, segundo
Bertoli, acabam se encontrando em quadros cujo
conjunto ela denomina
"Visão da Utopia".
Bertoli define obras como
"Jardins do Nirvana" e
"Via Láctea" como "um
beijo no público", pela leveza das pinceladas e a força da cena retratada.
O livro de Bertoli também
trará um depoimento do
artista em primeira pessoa.
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