São Paulo, segunda, 13 de julho de 1998

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Livro analisa obra do artista

da Agência Folha, em Campo

Grande
A crítica de arte Mariza Bertoli, 55, conselheira da Sociedade Científica de Estudos da Arte, ligada à USP (Universidade de São Paulo), coloca o artista plástico Humberto Espíndola "entre os poucos que apresentaram uma visualidade muito autêntica na pintura brasileira", ao lado de João Câmara, Antônio Amaral e Siron Franco.
Bertoli escreveu um livro sobre a trajetória de Espíndola que está para ser publicado e já é considerado o mais completo sobre o assunto. Ela analisou, em viagens a Campo Grande (MS) e Cuiabá (MT), cerca de 100 das 500 obras do artista.
Intitulado "O Mítico e o Político na Arte de Humberto Espíndola", o livro começou a ser gestado em 93, quando a autora defendeu uma tese de mestrado na USP sobre o pintor.
"A obra de Espíndola é de uma regionalidade generosa, que se abre para a universalidade", diz Bertoli.
O aspecto político da obra de Espíndola é mais evidente em fases como a de 78, em que, segundo Bertoli, ele realiza quase uma "historiografia plástica" da divisão de Mato Grosso. Em alguns quadros dessa fase, bois travestidos de generais e políticos se debruçam sobre o mapa brasileiro.
O mítico e o político na obra de Espíndola, segundo Bertoli, acabam se encontrando em quadros cujo conjunto ela denomina "Visão da Utopia".
Bertoli define obras como "Jardins do Nirvana" e "Via Láctea" como "um beijo no público", pela leveza das pinceladas e a força da cena retratada.
O livro de Bertoli também trará um depoimento do artista em primeira pessoa.



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