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São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2003

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Prazer estético seduz Cia. do Latão

DA REPORTAGEM LOCAL

Em "O Mercado do Gozo", a Cia. do Latão é catapultada por um prazer estético, por assim dizer, mais explícito. O recurso visual costumava ganhar tratamento discreto, como em "A Comédia do Trabalho" (2000) e "Auto dos Bons-Tratos" (02). O anti-ilusionismo servia à narrativa épica, dialética, sem "dispersão".
Aqui, a luz torna-se personagem. O próprio iluminador (Paulo Heise) chega a entrar em cena.
Numa das passagens, sugere-se a projeção de um filme pornô por meio da sombra dos atores. Para Carvalho, esse tipo de simulacro, aqui fetiche estilizado, confere significados emocionais a conteúdos vazios, como o padrão da estética das mercadorias.
A presença musical percussiva, dominante, cede para o piano de Martin Eikmeier. O elenco segue cantando em coro.
Sétimo espetáculo do Latão, "O Mercado do Gozo" é parte de um projeto contemplado pela Programa de Fomento ao Teatro em São Paulo. Foram organizados seminários públicos sobre mídia e poder, com a presença de palestrantes como Eugênio Bucci, Mino Carta, Raimundo Pereira, Marcelo Coelho e Fernando Haddad. O grupo também abrigou encontros com intelectuais, como Maria Rita Kehl e Margareth Rago.
Em paralelo, a cia. deu oficinas pedagógicas em áreas como música, direção, atuação e teoria crítica, sempre no teatro Cacilda Becker, onde "reside". (VS)

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