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Prazer estético seduz Cia. do Latão
DA REPORTAGEM LOCAL
Em "O Mercado do Gozo", a
Cia. do Latão é catapultada por
um prazer estético, por assim dizer, mais explícito. O recurso visual costumava ganhar tratamento discreto, como em "A Comédia
do Trabalho" (2000) e "Auto dos
Bons-Tratos" (02). O anti-ilusionismo servia à narrativa épica,
dialética, sem "dispersão".
Aqui, a luz torna-se personagem. O próprio iluminador (Paulo Heise) chega a entrar em cena.
Numa das passagens, sugere-se
a projeção de um filme pornô por
meio da sombra dos atores. Para
Carvalho, esse tipo de simulacro,
aqui fetiche estilizado, confere
significados emocionais a conteúdos vazios, como o padrão da estética das mercadorias.
A presença musical percussiva,
dominante, cede para o piano de
Martin Eikmeier. O elenco segue
cantando em coro.
Sétimo espetáculo do Latão, "O
Mercado do Gozo" é parte de um
projeto contemplado pela Programa de Fomento ao Teatro em São
Paulo. Foram organizados seminários públicos sobre mídia e poder, com a presença de palestrantes como Eugênio Bucci, Mino
Carta, Raimundo Pereira, Marcelo Coelho e Fernando Haddad. O
grupo também abrigou encontros
com intelectuais, como Maria Rita Kehl e Margareth Rago.
Em paralelo, a cia. deu oficinas
pedagógicas em áreas como música, direção, atuação e teoria crítica, sempre no teatro Cacilda
Becker, onde "reside".
(VS)
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