São Paulo, Sexta-feira, 13 de Agosto de 1999
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Sexta-feira, 13 - Hitchcock, 100


Mestre do suspense, autor dos maiores clássicos do gênero, completaria seu centenário hoje


INÁCIO ARAUJO
Crítico de Cinema

Num tempo em que os cineastas eram em geral empregados de estúdio e os espectadores iam ao cinema guiados pelo nome dos atores principais, Alfred Hitchcock era uma exceção: já se ia ao cinema para ver "um filme de Hitchcock".
A que se deve essa característica que torna o mestre do suspense um diretor tão particular em sua geração? As explicações são várias. A primeira delas, mais evidente, diz respeito a seu talento, realmente invulgar. Mas isso não explica tudo, já que outros cineastas com grandes dotes passaram do mudo para o sonoro com a mesma desenvoltura, obtiveram por vezes o mesmo sucesso, mas nem por isso se tornaram tão populares quanto Hitch.
A segunda explicação vincula-se a outro talento excepcional de Hitchcock: o para autopromoção.
Desde que era um jovem diretor, Hitchcock separava uma parte de seu salário para pagar jantares aos críticos, de quem, sabia, dependia seu prestígio.
Embora fosse pessoa extremamente retraída, soube -especialmente depois de 1939, quando foi para os EUA-projetar na imprensa sua figura rotunda, indefesa, com um quê de grotesco. Imagem simpática que contrastava com a sensação de medo que seus filmes transmitiam.
Mas o que talvez melhor explique essa popularidade é o fato de Hitchcock ter sido o inventor de um gênero: o suspense.


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