São Paulo, Sexta-feira, 13 de Agosto de 1999
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MUNDO GOURMET
Chope sim, comida não

Lili Martins/Folha Imagem
Petiscos na choperia Teutônia, onde é melhor optar por um chope


JOSIMAR MELO
Colunista da Folha

O que é gostoso nas choperias alemãs de São Paulo? Tomar chope, claro. E para quem gosta, conviver com a multidão de alegres beberrões.
Na Teutônia há espaço para isso. O chope é honesto e a casa tem um espaço especialmente agradável (principalmente no calor): a varanda da frente com jardim.
O que mais fazer? Comer canapés e petiscos. O canapé tem frios de boa qualidade. Embora os rollmops (rolinhos de sardinha em conserva) não sejam grande coisa (muito ácidas, com cebolas apenas cruas), vale repetir os bolinhos de carne temperados e fritos (frikadellen) -pela consistência eles estão mais para bons hambúrgueres do que para croquetes e são fritos num ponto mais para cru, com uma crosta por fora.
Acontece que muitas choperias arvoram-se também o status de restaurante. A Teutônia calca, atualmente, sua divulgação neste ponto -seu diferencial seria a cozinha. E de fato é, mas para baixo. É nos pratos típicos alemães que a visita pode acabar em tragédia gastronômica. O kassler, por exemplo, tem tudo para dar certo: as costeletas de porco já vêm defumadas, há pouco o que acrescentar. Mas aqui, fritas, elas conseguem estar defumadas até adquirir um gosto metálico e são infernalmente salgadas. O chucrute (repolho temperado) carece de acidez. E de sal. A chave de ouro pode ser o eisbein (joelho de porco) frito. Ele conseguiu estar crocante e quente por fora e totalmente gelado por dentro.
Fundada há cinco anos, a cervejaria é tocada pelo casal de proprietários Maria Estephania Peprich, mineira de 48 anos, e Matthias Peprich, 56, alemão de Hamburgo, idealizador da casa. Sua mãe foi cozinheira, e seu avô, cervejeiro.


Cotação: $$ Avaliação: ruim


Restaurante: Teutônia
Onde: r. Alexandre Dumas, 591 (Chácara Santo Antônio), tel. 0/xx/11/5183-2328
Quando: segunda a quinta, 17h/0h; sexta e sábado, 17h/2h
Ambiente: o melhor é a varanda para o jardim
Serviço: garçons chamados por um botão (não quer dizer que atendam)
Cozinha: pratos, digamos, alemães.
Estacionamento e manobrista (pago).
Cartão: Visa, Amex e Sollo.
Quanto: entradas, R$ 5 a R$ 14,50; pescados, R$ 10 a R$ 13,70; carnes e aves, R$ 6,50 a R$ 22; sobremesas, R$ 3,70 a R$ 4,80


Cotação: $ (até R$ 22); $$ (R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente (   ); ótimo (  ); bom ( ); regular (sem estrela)


Na universidade
Inaugurado esta semana, o Centro Gastronômico da Universidade Anhembi Morumbi, no Brás, torna-se um novo espaço para troca de informações. Uma programação de aulas, workshops e degustações de vinho e charutos vai movimentar o centro até setembro. Incluirá aulas dos chefs Alex Atala, Carlos Siffert e da jornalista Bettina Orrico.

Camarão
Aproveitando o clima mais ameno, Ilhabela realiza em agosto a quinta edição de seu Festival do Camarão. Nos finais de semana deste mês, os hotéis e restaurantes da ilha servem pratos elaborados por restaurantes de São Paulo, como o La Bourgogne, Marquês de Marialva e La Trainera.

Sobremesa
Embora não seja um hábito muito comum no Brasil, tomar vinhos com a sobremesa é uma antiga tradição. Pode ser conferida no La Tambouille, que elaborou uma carta com 13 vinhos específicos para a ocasião.


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