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QUADRINHOS
Estilo agrada diferentes gostos e faixas etárias do público brasileiro, afirmam principais editoras do gênero
Sucesso do mangá está em tom universal
DA REDAÇÃO
Por que o mangá atrai tanto as
novas gerações de leitores de HQ?
A Folha fez a mesma pergunta às
principais editoras do gênero
atualmente e um aspecto parece
ter sido consensual: o quadrinho
japonês serve pura e simplesmente para o entretenimento leve, de
todas as idades e para todos os
gostos.
"As HQs americanas funcionam como as sitcoms. Já a estrutura dos mangá está mais próxima do que é a novela brasileira."
Essa é a opinião de Júlio Moreno,
diretor-geral da editora JBC, responsável pela publicação de sete
séries mensais de mangá, entre
elas a de "Samurai X" -título que
ganhou impulsão pela exibição
do anime (desenho japonês) na
televisão brasileira.
Até o final do mês a editora promete colocar no mercado a primeira história de Osamu Tezuka
publicada no país: "A Princesa e o
Cavaleiro".
Tezuka, criador de "Astroboy" e
do próprio traço dos quadrinhos
japoneses, está para os fãs do
mangá assim como Walt Disney
estaria para o público dos desenhos animados ocidentais.
"O mangá tem fim. O leitor sabe
que não vai ser enganado com
aquelas enrolações, como o casamento de Peter Parker, em "Homem-Aranha", ou a morte e ressurreição do Super-Homem",
opina Odair Braz Júnior, redator-chefe da revista "Herói". "As HQs
americanas estão em uma crise de
identidade e de criatividade muito forte. Esse tipo de quadrinho
está virando cada vez mais um nicho por lá e perdendo espaço para
a chegada dos mangá."
Outra diferença em relação aos
quadrinhos japoneses, aponta Júnior, é a variedade e o volume de
títulos produzidos mensalmente
no universo do mangá. Dentre as
oito publicações da Conrad, por
exemplo, há espaço para a pancadaria ("Dragon Ball Z") a ficção-científica ("Fushigi Yûgi"), as artes-marciais ("Vagabond") e o
humor ("Dr. Slump" e "One Piece"). Em outubro, a editora lançará ainda a conceituada série
"Gon", uma densa narrativa visual criada por Masashi Tanaka.
Apesar de todo o barulho das
"pequenas", a Panini, QG dos heróis da Marvel e, mais recentemente, da DC Comics no Brasil,
também prepara suas estratégias.
Além de trazer ao país séries de
sucesso, como a edição de "Homem-Aranha" dedicada à tragédia do 11/9 e os quadrinhos da nova Liga da Justiça, versão modernizada dos heróis da DC produzida especialmente para um desenho animado, a empresa italiana
também passou a investir no quadrinho japonês, com a publicação
de "Gundam", que chega neste
mês ao seu segundo número.
O divertido "Mangaverse" também passa a ser publicado no país
pela editora. Com isso, os fãs poderão conferir, por exemplo, a
"versão Changeman" dos Vingadores, que, em sua realidade mangá, juntam seus corpos para formar um robozão gigante digno
dos seriados trash japoneses.
Hulk, Homem-Aranha, Motoqueiro Fantasma e -não vale
rir- Mulher de Ferro e Justiceira
também estão entre as promessas
da Panini dentro da série "Mangaverse", que será publicada em
formato menor do que o tradicional americano e com um dos preços mais baixos de toda a linha
atualmente oferecida pela editora.
"Queremos buscar os leitores
que não estão acostumados com a
complexidade dos personagens
Marvel", defende José Eduardo
Severo Martins, presidente da Panini. "Nosso principal objetivo é
devolver o hábito dos quadrinhos
ao público infantil. É um equívoco pensar que a criança não gosta
de ler." (DIEGO ASSIS)
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