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MODA
MEMÓRIA
O jornalista e consultor morreu anteontem em São Paulo, aos 87
Fernando de Barros vivia entre clássico e contemporâneo
ERIKA PALOMINO
COLUNISTADA FOLHA
Fernando de Barros , uma das figuras centrais do que se
entende atualmente por moda
brasileira, morreu anteontem de
pneumonia, aos 87 anos, em São
Paulo. Nunca parou de trabalhar.
Português de nascimento, Fernando era considerado o introdutor da moda masculina no Brasil,
e seu principal pilar. Autor dos livros "Elegância" (1997) e "O Homem Casual" (1998), trabalhou
por 35 anos na editora Abril, 26
como editor de moda da revista
"Playboy". Em 1942, escrevia sobre beleza em "O Cruzeiro".
Fernando de Barros era um
gentleman. Clássico, no sentido
da palavra, contemporâneo no
vestir. Suas marcas eram a camisa
jeans usada -casualmente- sob
o paletó e a extrema gentileza.
O amor pelas mulheres vinha
em seguida: casou-se oito vezes, a
primeira delas com a atriz Maria
Della Costa. "Não eram as mulheres. Era a mulher", observa Costanza Pascolato. "Ele me ensinou
a apreciação de um gênero: o feminino", diz a empresária e consultora de moda. Os dois trabalharam juntos a partir de 1971 na
revista "Claudia Moda" num "casamento profissional", como ele
chamava, que durou dezesseis
anos. "O Fernando era a pessoa
mais otimista que já conheci na
vida. Foi ele quem me ensinou essa coisa de entusiasmo".
"Era uma pessoa que sempre foi
simples, atencioso com todos e feliz da vida", diz o estilista de moda
masculina Ricardo Almeida. O background de Fernando de Barros era de um homem de teatro e cinema, sua primeira atividade logo que chegou ao Brasil (veio a
trabalho, foi a uma festa de Carnaval, apaixonou-se pelo país e
acabou ficando).
Dirigiu 20 filmes na histórica produtora Vera Cruz, entre eles
"Apassionata" (1952) com a belíssima Tonia Carrero.
Essa ligação com o cinema serviu de mote para o prêmio especial recebido por Fernando de Barros da Associação Brasileira da Industria Textil (ABIT) no ano
passado, quando foi homenageado no Teatro Municipal de São
Paulo. Naquela noite, o jornalista foi aplaudido de pé por aqueles
que fazem hoje a moda brasileira.
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