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MÚSICA/LANÇAMENTOS
"PLASTIC FANG"
Disco aposta em clássicos do rock, mas líder diz que fase passou
Novo Jon Spencer Blues Explosion já nasce velho
Divulgação
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Da esq.: Judah Bauer, Jon Spencer e Russell Simins |
DA REDAÇÃO
Não o desdenhe por causa do título acima: "Plastic Fang",
o sexto e mais recente álbum do Jon Spencer Blues Explosion, lançado agora no Brasil, é provavelmente um dos mais coesos e pop
do histérico trio nova-iorquino
formado pelo guitarrista Judah
Bauer, pelo baterista Russell Simins e pelo frontman estiloso Jon
Spencer.
O "velho" em questão vem da
principal influência do grupo durante as gravações deste trabalho,
as lendas de vampiros e lobisomens, os quadrinhos e filmes de
terror trash da década de 50 e, claro, os standards do rock'n'roll, de
Little Richards a Rolling Stones.
Para Jon Spencer, no entanto, o
gostinho de mofo vai ainda mais
além. "Esse álbum já é velho. As
músicas foram escritas há um ano
e meio, dois anos. Na época foi o
máximo, mas agora sinto que o
Blues Explosion já está um pouco
adiante disso tudo", dispara o vocalista-camaleão, que já flertou
com o blues (sempre), com o funk
(em "Extra Width") e até com a
música eletrônica (em "Acme").
"Fiquei muito feliz com o resultado. Mas o fato é que estamos
mudando constantemente. Em
nosso show sempre haverá espaço para o improviso e para experimentar novos caminhos."
Na verdade, por mais que mude, ou melhor, que lance um novo
disco, o JSBX será sempre a mesma coisa. E essa, talvez, seja a
grande sacada do grupo.
Explica-se: tome "Sweet n
Sour", por exemplo, faixa que
abre o CD. Pense na escala mais
manjada do rock'n'roll cinquentão -é nessa mesma que eles
pensaram- e adicione a quebradeira descompromissada que ficaria conhecida uns 20 anos depois em apresentações ensandecidas de Iggy Pop e Richard Hell.
"She Said", a número dois, já faz
o contrário. Enquanto a instrumentação retrô e dissonante da
música remete ao alternativo, a
voz de Jon Spencer persegue -e
emula- o rock empolado de um
Elvis Presley.
Do começo ao fim, "Plastic
Fang" (literalmente "canino de
plástico", portanto fake) não é
dos mais originais, mas desafia o
ouvinte mais cético a não balançar a cabeça para a frente e para
trás e a não bater o pé no compasso quatro por quatro do rock e do
seu primo mais velho, o blues. "O
disco tem mesmo um clima à moda antiga. Essa foi a nossa influência desde que começamos a tocar
juntos", confirma Spencer.
Em tempo: velha ou não, a própria Matador, dona do passe dos
caras nos EUA, resolveu "atualizar" a versão de "Plastic Fang",
lançada em abril último por lá.
Quem comprar a nova edição
americana ganha um DVD bônus, com dois videoclipes e entrevistas do grupo. (DIEGO ASSIS)
Plastic Fang
Artista: The Jon Spencer Blues Explosion
Lançamento: Trama
Preço: R$ 20, em média
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