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Crítica
"Orfeu" de Cacá Diegues é cinema de espetáculo
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Nunca houve filme mais valorizado do que o "Orfeu Negro" de Marcel Camus, feito em
1959, que ganhou uma Palma
de Ouro em Cannes e, de certa
forma, abriu caminho para o cinema brasileiro na Europa, embora trouxesse do país visão
meramente folclórica.
Nunca houve filme mais valorizado do que o "Orfeu Negro", dizia, desde que Carlos
Diegues fez o seu "Orfeu" (Canal Brasil, 17h), em 1998.
Existe alguma coisa errada
com o cineasta que faz com que
seus filmes despertem o crítico
clássico que existe em cada um
de nós.
Um monte de coisas parecem "erros" em face do código
clássico do bem fazer. Mas Diegues reconhece esse código?
Não será um cineasta moderno? Seu projeto de cinema de
espetáculo não encerra algo de
diferente?
Seria justo observar essas
coisas, pois o grande espetáculo de Diegues tem algo a ver
com os desfiles de escola de
samba. E "Orfeu", girando em
torno de um desfile, de certa
forma fecha um círculo.
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