São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Cineasta Claude Chabrol morre aos 80

Com Jean-Luc Godard, François Truffaut e Eric Rohmer, francês foi um dos principais nomes da nouvelle vague

Presidente Sarkozy e atores premiados como Isabelle Huppert e Gérard Depardieu lamentaram a morte

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Morreu ontem, em Paris, aos 80 anos, o cineasta francês Claude Chabrol. Eva Simonet, assessora do diretor, disse que ele estava internado com "anemia severa".
Chabrol é considerado um dos diretores centrais do movimento cinematográfico conhecido como nouvelle vague, que renovou o cinema francês e do qual também fizeram parte Jean-Luc Godard, François Truffaut (1932-1984) e Eric Rohmer, morto em janeiro deste ano.
O primeiro filme de Chabrol, "Nas Garras do Vício" ("Le Beau Serge"), de 1958, é apontado como um dos marcos iniciais do movimento.
Antes, entre 1953 e 1957, foi crítico da revista francesa "Cahiers du Cinéma". Autor de mais de 80 filmes, Chabrol tinha como principal tema a crítica à burguesia.
Admirador do cinema americano e de Alfred Hitchcock, ficou famoso por longas policiais e de suspense, como "O Açougueiro" (1970).
"Você não faz um filme para expressar suas ideias. Vocês faz um filme para distrair as pessoas, talvez para fazê-las pensar", disse em 2004.
O filme "Bellamy" (2009), em que Gérard Depardieu interpreta o papel-título, foi sua última produção.

PIADAS
O presidente francês Nicolas Sarkozy citou, ontem, dois grandes nomes da literatura francesa para descrever o cineasta. Disse que Chabrol herdou a habilidade de Balzac (1799-1850) nas suas representações sociais e o humor e vivacidade de François Rabelais (1483-1553).
Para o diretor da Cinemateca Francesa, Serge Toubiana, o cineasta era malicioso. "Chabrol amava piadas e fazer piadas", disse Toubiana.
A atriz Isabelle Huppert, musa do cineasta, falou sobre sua relação com o diretor. "Ele me filmou de certa forma como se eu fosse sua filha. Não me filmou como um objeto de desejo."
Para Depardieu, "Claude era a própria alegria de viver". "Ele nunca falava sobre a morte. Para mim, ele só não atende mais o telefone, mas está em todos os lugares".

FOLHA.com
Leia a repercussão sobre a morte de Chabrol
www.folha.com/102554


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Opinião: Diretor francês fazia análises demolidoras da burguesia
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.