|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mônica Bergamo
bergamo@folhasp.com.br
FRÉDÉRIC BAU
Risoto de porco com chocolate
Divulgação
|
|
O chef francês Frédéric Bau, que vem a SP em novembro
Aos 43 anos, o chef pâtissier
francês Frédéric Bau vem quebrando paradigmas no universo do chocolate. Autor do livro
"Chocolate Fusion", ele chega
ao Brasil no próximo mês para
falar sobre "Os Últimos Confins do Chocolate - O Cacau como Fetiche na Vanguarda Culinária Doce e Salgada", durante o fórum de gastronomia Semana Mesa SP, que acontece
no Centro Universitário Senac
entre os dias 4 e 7 de novembro. No dia 8, ele ainda comanda jantar achocolatado no restaurante D.O.M.
FOLHA - Como o chocolate, normalmente usado em doces, foi parar na cozinha salgada?
FRÉDÉRIC BAU - A primeira coisa
é esquecermos que o chocolate
pode ser apenas doce. Essa é
uma visão que se fixou na cultura européia ao longo da história. Se você prova chocolates
ricos em cacau, com 60, 70 ou
72%, vai notar que eles parecem mais frutados do que doces. É como a manteiga de
amendoim ou a pasta de gergelim usadas nas cozinhas asiáticas. E não podemos esquecer
que no México o chocolate já é
usado em pratos salgados há
muito, muito tempo. Bem antes de a Europa começar a fazer isso.
FOLHA - Quais as combinações
mais inusitadas que você já fez com
chocolate?
BAU - Minha primeira experiência que deu certo foi o lagostim com chocolate. O risoto
de porco defumado com anis e
leite achocolatado também ficou surpreendente, mas o mais
atraente, na minha opinião,
ainda é o fígado de ganso com
chocolate e um toque de cominho, que vou apresentar em
São Paulo.
FOLHA - Como as pessoas costumam reagir quando provam pela
primeira vez uma receita com chocolate salgado?
BAU - É muito engraçado e interessante ver as pessoas descobrindo as novas sensações
gustativas que o chocolate salgado traz. No começo, elas
realmente esperam algo original, mais doce e ácido, mas não
é assim. Depois, acabam amando o sabor dos grãos de cacau
em pratos salgados. Mais do
que o do chocolate com seu toque adocicado.
FOLHA - A química é a base para se
trabalhar com doces. Isso também
é necessário na hora de levar o chocolate para a cozinha?
BAU - Quando se pensa na
preparação de doces, é preciso
pensar imediatamente em técnica e tecnologia, porque esse
trabalho não é efêmero como a
sobremesa de um restaurante.
No caso de chocolate na cozinha [que será consumido num
prazo curto], é possível dar um
toque inventivo e conceitual. É
meu grande prazer.
FOLHA - Ter uma alta porcentagem de cacau no chocolate é garantia de qualidade?
BAU - Nunca. Claro que, quanto mais fruta se tem no produto, menor é a taxa de açúcar,
mas mais importante do que a
porcentagem de cacau é a origem dos grãos, observando o
cuidado desde seu plantio até a
fabricação. Mas estas são apenas informações. Para se ter
um ótimo chocolate, assim como acontece com os queijos e o
vinho, é preciso dar tempo ao
tempo. Quanto mais curto for
o tempo de preparação, mais a
qualidade e o equilíbrio de sabores ficarão prejudicados.
FOLHA - O que se deve analisar
num chocolate?
BAU - Todos os sentidos devem estar trabalhando quando
se prova um chocolate: paladar, olfato, visão e audição. Assim como no vinho, o retrogosto [que fica na boca depois que
o alimento é ingerido] é uma
das sensações mais importantes e estimulantes nessas horas. Mas, acima de tudo, é preciso confiar em seu gosto pessoal e sensibilidade.
Tudo certo
A CSN não deve
recorrer às linhas de
crédito do BNDES para
atravessar a crise, diz
Benjamin Steinbruch,
presidente da
companhia. Ele diz
acreditar que poucas
empresas acabem
fazendo isso. "Acho que
ninguém pegou
[recursos do banco] até
agora. Os impactos da
crise estão sendo
absorvidos pela saúde
financeira das
empresas".
OS ÚLTIMOS
Steinbruch faz coro com o
presidente Lula, que considera
a crise uma "marola" no Brasil:
"Estamos atravessando uma
crise momentânea de crédito,
mas isso vai abrir. E as empresas têm reserva para trabalhar.
O emprego no Brasil está alto, a
renda familiar também, o sistema financeiro está em ordem, o
sistema produtivo funciona. Se
não nos assustarmos, não temos por que importar a crise."
Steinbruch diz ainda que "seremos os últimos a entrar e os
primeiros a sair dela. Antes, era
o contrário".
MAS...
A CSN, no entanto, já sentiu
o aperto: com a forte desvalorização de suas ações na Bolsa,
lançou mão, há dias, de um programa de recompra de papéis.
VOTE QUÉRCIA
Não é apenas na aliança com
Gilberto Kassab (DEM-SP) que
Orestes Quércia volta à toda ao
palco central da política. Marcelo Barbieri, seu afilhado político, foi eleito prefeito de Araraquara com 44% dos votos.
INTEGRAÇÃO
A América Latina terá um
conselho unificado para tratar
da prevenção de HIV e Aids no
ambiente de trabalho. O órgão
regional vai unificar a ação dos
grupos empresariais existentes
no continente e expandir a
atuação para outros países, como a Venezuela. O conselho
brasileiro, que completou dez
anos e é o mais antigo do mundo, deve liderar a iniciativa.
OLHOS ABERTOS
A designer Mikha Seddig
Jorge e a escritora Silvia Meirelles, irmã do diretor Fernando
Meirelles, estão à caça de patrocinadores para o projeto de
publicação de um livro, feito
pelo cineasta, sobre o filme
"Ensaio Sobre a Cegueira". A
publicação trará fotos, curiosidades e o roteiro na versão anterior à que ganhou as telas.
CURTO-CIRCUITO
RICARDO LESSA lança hoje o livro "Brasil e Estados Unidos: O
que Fez a Diferença", na Livraria da Vila dos Jardins.
STEVE BALLMER, CEO da Microsoft, participa de encontro com
profissionais de publicidade na sede da empresa em SP.
ANTONINHO MARMO TREVISAN e Marcos Jank dão palestra
hoje, às 19h, sobre "A Dinâmica da Inserção Brasileira na
Economia Mundial", na Trevisan Escola de Negócios.
O FOTÓGRAFO e arquiteto Stepan Chahinian lança hoje, às
19h30, o livro "Armênia", no Boteco Ferra, no Itaim Bibi.
O SAMBISTA NEI LOPES faz shows na Caixa Cultural de Brasília
nos dias 17 e 18, às 20h30, e 19, às 19h. Classificação: 14 anos.
A ESTILISTA Heloísa Machado inaugura duas novas lojas em São
Paulo: no shopping Eldorado e no Santana Park.
com JULIANA BIANCHI, DIÓGENES CAMPANHA e DÉBORA BERGAMASCO
Texto Anterior: Horário nobre na TV aberta Próximo Texto: Tira ou não tira? Índice
|