São Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Teatro

Jô Soares estreia peça sobre as agruras sexuais de Denis Diderot

Na trama de "O Libertino", filósofo é um conquistador inquieto, obcecado pelas mulheres

Jô elogiou 'bunda toda malhadinha' de Cássio Scapin, à frente do elenco que tem ainda Luiza Lemmertz

João Caldas/Divulgação
Luiza Lemmertz e Cassio Scapin em cena do espetáculo "O Libertino"

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ao posar para uma pintora, no quarto de um palacete, o filósofo Denis Diderot (1713-1784) resiste ao pedido de ser retratado nu. Prosaica, a cena situa logo de cara o espectador no embate principal de "O Libertino", montagem de Jô Soares para o texto de Eric-Emmanuel Schmitt, que estreia hoje no teatro Cultura Artística.
Por que Diderot resistiria em aparecer assim, como a natureza o fez, sendo ele um dos pivôs do conhecimento e da filosofia de seu tempo?
Foi ele quem editou a "Enciclopédia ou Dicionário Lógico das Ciências, Artes e Ofícios", obra que influenciou a Revolução Francesa. E é de Diderot, ainda, a frase "O homem só será livre quando o último rei for estrangulado com as entranhas do último padre". Quem interpreta o filósofo é o ator Cassio Scapin, que empresta ao personagem toda a sua vocação para a comédia e também o seu corpo sob medida. "Quem quiser ver a bunda do Cassio deve vir para a primeira fila", brinca Jô Soares, elogiando os atributos do intérprete.
"Se eu fosse homossexual, eu não largaria do pé dele. A bunda dele é toda malhadinha", elogia. Com essas qualidades, Cassio constrói um conquistador de alma inquieta, casado e já com uma filha, mas ainda obcecado pelas mulheres. A mulher que está ali para pintar seu retrato (Luciana Carnieli) é, a bem da verdade, uma amante.
A comicidade da peça é extraída de um artifício engenhoso. Enquanto se esquiva de situações embaraçosas com todas essas mulheres, Diderot precisa escrever um verbete para a palavra "moral". Os significados vão se adaptando às situações vividas pelo personagem. O projeto de levantar a peça é de Cassio Scapin. Foi ele quem convidou Jô Soares para a direção. Além do trabalho no teatro, o apresentador da TV Globo ainda vai lançar um novo romance na próxima semana: "As Esganadas".

O LIBERTINO
QUANDO qui. e sáb., às 21h; sex., às 21h30; dom., às 18h; estreia amanhã (hoje para convidados)
ONDE Teatro Cultura Artística - Itaim (av. Presidente Juscelino Kubitschek, 1.830; tel. 0/xx/11/ 3258-3344)
QUANTO R$ 40 a R$ 60
CLASSIFICAÇÃO 16 anos


Texto Anterior: Crítica/Documentário: Coutinho cria beleza até com canções desafinadas
Próximo Texto: Frase
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.