São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 2000
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BARBARA GANCIA Ninguém achou "uma Grrrãããcinha" Eu já apresentei a você minha velha amiga XL Bündchen, não apresentei? Pois então. Que ela não nos ouça, mas é melhor ir logo avisando não ser mero acaso o fato de ela ter a sigla do tamanho "extra large" no lugar do nome de batismo. Aquele pedaço de lardo, digo, aquele mulherão esplendoroso não faz outra coisa senão se empanturrar e assistir TV. Nunca vi nada igual -e olha que se tem uma pessoa que é chegada em um pacote de porcaritos e um controle remoto, esse alguém "c"est moi". Espécie de Chauncey Gardiner de muito além do Jardim Miriam, minha amiga também demonstra grande apetite por tudo que ocorre ao redor da vida que ela vê passar, feito o produto da máquina de fazer salsicha, na tela da sua televisão. Ontem recebi a visita de uma XL Bündchen com gula de prosa: "Você viu o beijo que o Eurico Miranda e o João Havelange trocaram na frente das câmeras?". Disse que vi. "Só agora entendi porque o Havelange fala daquele jeito enrolado, Barbara." Por que, dona X-salada, digo, XL, querida? "Por causa do algodão que ele enfiou na boca para dar o efeito don Corleone." Não é que faz sentido? Só faltou a lupara. FHC diz que "o povo não gosta de cartola". E de siciliano, será que gosta? Depois de perguntar, como sempre faz, quando é que eu ia apresentá-la à Sônia Abrão e ao Nelson Rubens, e de ouvir pela enésima vez que eu nunca tive o prazer de conhecer essas pessoas, XL foi à geladeira, mas não sem antes cutucar a onça de pelúcia: "Como não conhece? Eles não são seus colegas?". Com um pedaço de quiche se esfarelando em uma das mãos e um guardanapinho na outra, XL deu andamento aos trabalhos: "E o Otávio Mesquita? Esse eu sei que é seu amigo". Confirmei. "Pois você diga a ele que essa convivência com o Roberto Justus não está lhe fazendo nada bem." Cuma, XL? "Eu preferia quando ele não se levava a sério, Barbara. Agora ele está até querendo nos convencer de que aquele esquete em que ele acorda os artistas é de verdade." Deixa para lá, amiga, que o Tavito é um santo. Garanto. "E a sua amiga Hebe, hein, dona colunista? Também é santa?" La Bündchen implica com a apresentadora -adivinha- por conta da duradoura amizade que a une ao candidato derrotado à prefeitura. O que tem a Hebe, XL? "Ora, ela não andou elevando ainda mais o nível da nossa TV, chamando a nova mulher do Chitãozinho de Capitu?" Pois é, fiquei sabendo. E parece que, desta vez, nem malufista achou graça. E-mail: barbara@uol.com.br www.uol.com.br/barbaragancia/ Texto Anterior: Erudito: "A música dispensa fronteiras" Próximo Texto: Panorâmica: Sevcenko lança "Pindorama Revisitada" Índice |
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