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"CARANDIRU - OUTRAS HISTÓRIAS"
Irregular, série de Babenco é acima da média
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A série "Carandiru - Outras
Histórias", de Hector Babenco, em torno do presídio paulistano, é mais irregular do que "Cidade dos Homens", de Fernando
Meirelles, Paulo Morelli e cia., sobre a vida em favelas do Rio.
Assistir a episódios de "Carandiru" na seqüência (dez ao todo),
no recém-lançado DVD, evidencia a disparidade entre eles. Alguns têm roteiro bem construído,
outros nem tanto. Há ótimos atores e elencos medianos. Ritmo,
luz, câmeras, tudo muda de capítulo para capítulo. E isso não é necessariamente um problema.
Diretor-geral e criador, Hector
Babenco soltou as rédeas dos diretores colaboradores (Roberto
Gervitz, Walter Carvalho e Márcia
Faria) e roteiristas (Fernando Bonassi e Victor Navas). A liberdade
afastou a série de uma fôrma, do
risco de se "novelizar". Por outro
lado, Babenco soube colocar sua
equipe atrás de grades, com o perdão do trocadilho, que deram lógica às histórias do presídio.
Na televisão, "Carandiru" segue
uma linha mais final-feliz-com-lição-de-moral do que no cinema.
É obviamente mais cinematográfica e ousada do que as séries do
Projac, mas não deixa de ser um
produto da Globo, exibida às sextas, após o maravilhoso mundo
de bichos e flores do "Globo Repórter". Nessa tela encantada, o
crime não pode compensar e a esperança é a última que morre.
Por isso o garoto viciado em
crack se apaixona por uma visitante que o convence a largar a
droga ("Pais e Filhos"), ele volta a
morar na cela do pai e todos terminam "felizes para sempre"
num show de hip hop do presídio.
Isso não quer dizer que Babenco
livre o telespectador dos vômitos
do preso nas crises de abstinência.
No universo "joaokleberiano"
dos canais abertos, vale Oscar.
Carandiru - Outras Histórias
![](http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Direção: Hector Babenco
Distribuidora: Som Livre; R$ 62,50
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