São Paulo, terça-feira, 13 de novembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crítica

"Paris, Texas" é o fim do melhor Wim Wenders

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Se há um filme ambíguo nesse mundo, como resultado, é "Paris, Texas" (TC Cult, 19h20). De certo ponto de vista, é tudo aquilo que Wim Wenders poderia ter sonhado: estar nos EUA, no apogeu da carreira, realizando seu sonho americano e, ao mesmo tempo, recuperando-se do pesadelo que foi a produção de "Hammett", dois anos antes.
Temos ali um filme claramente wendersiano: um homem perdido, o deserto, a errância. E depois o reencontro do filho e a busca da mulher, que havia desaparecido.
Se o deserto e a perda designam algo que vem dos primeiros anos da carreira de Wenders, a mulher e a cidade vão apontar para algo um pouco diferente, neste filme de 1984: algo como uma condenação desse novo mundo que o fascinara de forma tão intensa.
"Paris, Texas" é o apogeu do prestígio de Wenders, resume suas virtudes, mas também já anuncia, pelo desapontamento com a América, a perda das ilusões e o fim do melhor Wenders.


Texto Anterior: Reality show: GNT estréia "Supernanny" para cães
Próximo Texto: Resumo das novelas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.