THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Há cinco guitarristas, um baixista, dois bateristas, dois tecladistas, dois produtores e quatro "produtores adicionais" nos créditos do aguardadíssimo novo disco do Guns N" Roses.
E há, claro, um vocalista, Axl Rose, o único integrante original da banda a aparecer em "Chinese Democracy", álbum que chega às lojas dos EUA no próximo dia 23 (um domingo) e, no resto do mundo, no dia 25.
"The Spaghetti Incident?", o último lançamento do Guns, saiu em 1993 -e mesmo assim, continha apenas covers. Desde então, o noticiário pop é alimentado por rumores sobre esse novo disco da banda.
Não há mais Slash nem Duff McKagan nem Izzy Stradlin nem ninguém (fora Axl) minimamente ligado à história do Guns, banda que apareceu em Los Angeles na segunda metade dos anos 1980 e tornou-se gigante com faixas explosivas como "Welcome to the Jungle", "Paradise City" e "Mr. Brownstone", do álbum "Appetite for Destruction" (1987; 29 milhões de cópias vendidas e contando).
Daquele Guns que comandava o rock, pouco resta. "Chinese Democracy", que foi mostrado à imprensa anteontem, é um disco de Axl, e há apenas dois momentos que lembram aquela banda que fazia um hard rock rápido, direto, com riffs de guitarra de levantar tanto estádios lotados como bibocas escuras cheirando a cerveja.
São "Scraped" e "Riad N" the Bedouins", que curiosamente aparecem lado a lado no álbum, como faixas oito e nove. Na primeira, as guitarras estão altas, com riffs criativos e melodia pegajosa. A segunda continua nesse clima: é violenta e climática ao mesmo tempo.
O resto do CD divide-se entre baladas toscas, bregas ( "Sorry", "This I Love", "Madagascar"), rockões com solos desnecessários ("There Was a Time"), outros com sintetizadores que lembram Marilyn Manson ("Chinese Democracy", "Shackler's Revenge") e faixas insossas com orquestrações grandiosas e dispensáveis ("IRS", "Better"). É um disco confuso, sem um foco, que demorou anos a ser feito mas que soa apenas pretensioso.

CHINESE DEMOCRACY
Artista: Guns N" Roses
Gravadora: Universal
Quanto: R$ 30, em média
Avaliação: ruim

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