São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

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comentário

Reynolds se destaca como articulador

DA REPORTAGEM LOCAL

Mais de uma década após lançar seu primeiro livro, o jornalista britânico Simon Reynolds finalmente tem alguns de seus textos traduzidos para o português -em ótima versão do também jornalista e DJ Camilo Rocha.
Os "nerds" de música com certeza acompanham artigos seus, em jornais e revistas como o "New York Times" e a "The Wire", ou têm na estante volumes de obras-referência, como "Energy Flash: A Journey through Rave Music and Dance Culture", bíblia sobre a cena eletrônica -que terá versão ampliada em 2008.
E o que ele tem de tão especial? Além de estar antenado, de criar notícia, como fez com o garage rap inglês, o famoso grime, Reynolds é daqueles jornalistas que conseguem articular idéias sobre música pop, filosofia, política e história. Isso, às vezes, rende algumas viagens, como na longa entrevista com Morrissey, incluída na coletânea lançada pela Conrad -e que tem momentos meio maçantes.
Mas, por outro lado, sua descrição sobre o sombrio cenário industrial de Manchester, no Reino Unido, é essencial para entender a "vibe" das bandas Joy Division e The Fall. Além de criar imagens instigantes, Reynolds constrói relações improváveis, como a que liga a psicodelia do Pink Floyd com as raves inglesas do início dos anos 90. Pode ser delírio, mas é muito bem argumentado.


BEIJAR O CÉU
Autor:
Simon Reynolds
Editora: Conrad
Preço: R$ 27,90 (229 págs.)


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