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comentário
Reynolds se destaca como articulador
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais de uma década
após lançar seu primeiro
livro, o jornalista britânico
Simon Reynolds finalmente tem alguns de seus
textos traduzidos para o
português -em ótima versão do também jornalista e
DJ Camilo Rocha.
Os "nerds" de música
com certeza acompanham
artigos seus, em jornais e
revistas como o "New
York Times" e a "The Wire", ou têm na estante volumes de obras-referência, como "Energy Flash: A
Journey through Rave
Music and Dance Culture", bíblia sobre a cena eletrônica -que terá versão
ampliada em 2008.
E o que ele tem de tão
especial? Além de estar
antenado, de criar notícia,
como fez com o garage rap
inglês, o famoso grime,
Reynolds é daqueles jornalistas que conseguem
articular idéias sobre música pop, filosofia, política
e história. Isso, às vezes,
rende algumas viagens,
como na longa entrevista
com Morrissey, incluída
na coletânea lançada pela
Conrad -e que tem momentos meio maçantes.
Mas, por outro lado, sua
descrição sobre o sombrio
cenário industrial de Manchester, no Reino Unido, é
essencial para entender a
"vibe" das bandas Joy Division e The Fall. Além de
criar imagens instigantes,
Reynolds constrói relações improváveis, como a
que liga a psicodelia do
Pink Floyd com as raves
inglesas do início dos anos
90. Pode ser delírio, mas é
muito bem argumentado.
BEIJAR O CÉU
Autor: Simon Reynolds
Editora: Conrad
Preço: R$ 27,90 (229 págs.)
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