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TV PAGA
`Casablanca' perde a alma
no canal USA
da Redação
"Havana" (USA, 21h30 e
3h30) é uma curiosa tentativa
de reencontrar "Casablanca"
em 1990. Ou antes, no fim dos
anos 50, no momento em que a
Revolução Cubana alçava vôo.
Tempo a calhar para Robert
Redford fazer um aventureiro
disposto a enriquecer nos cassinos locais. Como se apaixona
pela mulher de um revolucionário, as coisas se complicam.
"Havana" ajuda a descobrir
que o encanto de "Casablanca" vem, até hoje, do fato de
apreender uma série de fatos
no chamado calor da hora. O
nazismo, o Marrocos misterioso, a França de Vichy, a tensão
entre o combate coletivo à barbárie e o individualismo -tudo isso pode ter sido reconstituído em estúdio, mas a
apreensão era imediata, sem
cálculo.
"Casablanca" não se ocupava de um fato histórico, pelo
simples fato de que a história
estava se fazendo naquele momento.
"Havana", ao contrário,
volta no tempo, e em parte por
isso o filme não tem qualquer
calor. Jogadores, revolucionários, contra-revolucionários
são todos convenções sobre os
quais, de quebra, pesa a sombra de "Casablanca".
Se "Casablanca" participa
do mito da Resistência, "Havana" se faz à margem do mito. Não é de esquerda, nem de
direita. É burocrático e invertebrado.
(IA)
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