São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 2001

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Curta brasileiro é indicado, e "Eu Tu Eles" fica fora

DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil tem um único representante no Oscar 2001. "Uma História de Futebol", de Paulo Machline, concorre a melhor curta.
"É como se eu estivesse ganhando na loteria. É superinesperado e maravilhoso. A chance de eu conseguir grana para o meu próximo filme aumenta absurdamente", disse o diretor à Folha, de Nova York, onde mora.
"Uma História de Futebol" tem 20 minutos de duração, foi feito em 35 mm e baseia-se nas lembranças do garoto Zuza (o personagem real Aziz Adib Naufal), que aos 9 anos participou de uma partida de futebol com o também garoto Edson, o futuro Rei Pelé. O roteiro é de Machline, José Roberto Torero e Maurício Arruda.
O curta foi lançado em 1998 e conquistou 20 prêmios no Brasil e no exterior. Mas foi a vitória no Festival Internacional de Curtas de Nova York, em 1999, que o credenciou para a disputa ao Oscar de melhor curta, cujos critérios de indicação são distintos das categorias principais.
O projeto de longa que Machline espera viabilizar intitula-se "Socorro" e "é sobre uma mulher que vive no interior do Brasil, tendo como única referência as novelas da Rede Globo". O orçamento será concluído em duas semanas, e o diretor prefere não adiantar os valores. "Uma História de Futebol" custou US$ 300 mil.
Fora da disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro, Andrucha Waddington, diretor de "Eu Tu Eles", o candidato apresentado pelo Brasil a uma indicação pela Academia, disse que seu "grande prêmio" é ter assegurada a distribuição internacional do longa, o segundo de sua carreira. A estréia foi com "Gêmeas".
"O filme vai ser lançado nos Estados Unidos no dia 2 de março e na Europa em seguida. Agora é trabalhar para esse lançamento", disse.
Sobre a campanha pela indicação, na qual sua produtora, a Conspiração Filmes, investiu aproximadamente R$ 400 mil, com apoio financeiro também do Ministério da Cultura, o cineasta disse que faria tudo "exatamente igual" numa próxima vez.
"A gente fez tudo o que tinha que fazer, gente. O filme só não foi escolhido. Não me arrependo de nada."
Andrucha Waddington trabalha atualmente na preparação de três roteiros e pretende começar a filmar o primeiro deles no início do ano que vem. "Antes vou dar uma descansada", disse.
(SA)


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