São Paulo, quinta-feira, 14 de fevereiro de 2002

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ARTES PLÁSTICAS

Em sua 21ª edição, a feira internacional de Madri homenageia a produção contemporânea da Austrália

Arco abre hoje com galerias brasileiras

ANA WEISS
DA REDAÇÃO

Uma das mais importantes vitrines de arte contemporânea do mundo, a Arco de Madri abre hoje para o público sua 21ª edição com obras de artistas brasileiros representados por dez galerias paulistas. São elas: Marília Razuk, Gabinete de Arte Raquel Arnaud, Luisa Strina, Valu Oria, Brito Cimino, André Millan, Baró Senna, Casa Triângulo, Fortes Vilaça (ex-Camargo Vilaça) e Thomas Cohn.
Este ano a Austrália é o país homenageado pela feira, que fica aberta até terça-feira no Parque Ferial Juan Carlos 1º. Participam do evento 16 galerias australianas.
Com ares de exposição internacional, a feira é dividida em segmentos. Existem módulos que expõem as obras de acervo levadas pelas galerias e outros que apresentam trabalhos realizados exclusivamente para a ocasião.
Os "Project Rooms" são reservados para instalações feitas especialmente para o evento. Dois brasileiros participam desse segmento: o veterano Artur Barrio (um dos grandes detratores da arte comercial da geração dos anos 70), levado pela Luisa Strina, e Cabelo, pela André Millan.
O "Cutting Edge" é núcleo voltado para participações de galerias internacionais. Este ano, o segmento recebe 52 casas não espanholas, entre elas a galeria Brito Cimino, que representa obra de artistas como Nelson Leirner, Daniel Senise e Regina Silveira. Ao todo, participam da feira 161 galerias estrangeiras e 96 espanholas.
Luisa Strina comparece com uma bem representada carteira de artistas. Além de Barrio, sempre bem-recebido na Europa, Leonilson e Cildo Meireles, a galerista levou para a feira dois dos artistas mais valorizados pelo mercado internacional de arte (segundo dados da Bolsa de Artes do Rio de Janeiro): Antonio Dias e Tunga, que também tem trabalhos levados pela André Millan.
Pela galeria de Raquel Arnaud, estão à mostra na feira criações de Waltércio Caldas, Iole de Freitas, Carlito Carvalhosa, Elisabeth Jobim, Célia Euvaldo, entre outros vistos em exposições individuais durante o ano passado na galeria.
A Valu Oria, que participa pela quinta vez da feira, levou criações de 27 artistas para a Arco. Entre elas, objetos de Marta Strambi, gravuras de Claudio Mubarac e Anna Bella Geiger.
Carmela Gross, cuja imensa obra preparada para o Arte/Cidade, o letreiro luminoso "Dolores", será acesa hoje, está representada na Arco pela Raquel Arnaud.
Dela,os espanhóis podem ver "Expansivo", pintura-objeto de 1987, série de 40 fragmentos em alumínio fundido feitos para parede. Carmela nunca esteve pessoalmente na feira, mas seus trabalhos são vistos por lá há quatro anos. Ela acredita que a finalidade comercial da Arco pode ser uma "porta de entrada da arte para a cultura de massa". "Olhando com cuidado, acham-se obras extraordinárias." De acordo com sua avaliação, a Arco vende muito bem.
Com curadoria de Paul Greenaway, a Arco é, além de ótimo ponto de venda, de acordo com opinião de galeristas brasileiros, um chamariz de olheiros, críticos e curadores de arte contemporânea. Alfons Hug, curador da 25ª Bienal, esteve na edição do ano passado, de onde trouxe algumas idéias para a exposição que começa no mês que vem.



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