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Na Europa e nos EUA, Mourad Merzouki é reconhecido como o coreógrafo que está alçando a dança hip hop à condição de "grande arte". "Seria prematuro chamar Merzouki de Balanchine do hip hop. Mas sua companhia Käfig conduz a "break dance" para um novo e surpreendente nível", escreveu no jornal "The New York Times" a crítica Anna Kisselgoff sobre "Récital", no qual ela aponta as formas puras e a harmonia clássica da coreografia.
Concebido em 1998, "Récital" já completou 240 apresentações, o que é muito para uma jovem companhia, segundo Merzouki. Nascido na cidade francesa de Lyon, em 1973, Merzouki é filho de imigrantes argelinos. Depois de frequentar escolas de circo e artes marciais, ele começou a praticar dança hip hop aos 17 anos.
"Meu primeiro espetáculo despertou o interesse do Théatre de la Ville de Paris, que me convidou para participar de uma série de encontros com coreógrafos contemporâneos", conta.
Foi em 1996, nos Encontros Urbanos de Hip Hop realizados no parque de La Villette, em Paris, que Merzouki apresentou o espetáculo "Käfig" ("caixa", em árabe), que se tornou o nome de sua companhia. Daí em diante, intensificou suas pesquisas coreográficas, em busca da evolução da dança hip hop.
"O apoio financeiro de entidades públicas responsáveis pela cultura foi fundamental para o desenvolvimento da dança hip hop na França", diz Merzouki. "De início havia uma prioridade social nesse apoio, mas agora somos reconhecidos artisticamente, e essa nova postura foi vital para a evolução de nosso trabalho."
Ano passado, a companhia Käfig estreou novo espetáculo, "Dix Versions", na Maison de la Danse de Lyon. Em outubro, quando Merzouki e seu elenco devem excursionar pelo Brasil, ele espera não só apresentar o espetáculo "Récital" mas também realizar intercâmbio com criadores da dança brasileira. (AFP)


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