São Paulo, sábado, 14 de fevereiro de 2004

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FILMES

TV ABERTA

"As Pontes de Madison" põe cinema clássico à prova

Arizona Nunca Mais
Globo, 16h20.
  
(Raising Arizona). EUA, 87, 94 min. Direção: Joel Coen. Com Nicolas Cage, Holly Hunter. Ex-presidiário e sua mulher, uma policial, decidem seqüestrar um bebê, por não poderem ter filhos. Optam por um dos quíntuplos de um casal de milionários. Comédia à maneira dos Coen, isto é, partindo de uma premissa fantasiosa e tocando, basicamente, questões acessórias.

Tubarões Assassinos
Record, 22h15.
 
(Shark Attack). EUA, 99, 94 min. Direção: Bob Misiorowski. Com Casper van Dien, Ernie Hudson. Ao investigar ataques de tubarões na África, cientista descobre que eles tiveram o metabolismo alterado, por isso vivem com fome. Por trás dessa mudança há gente perigosa. E por frente um filme de miolo mole.

O Exorcista
SBT, 23h15.
    
(The Exorcist). EUA, 73, 132 min. Direção: William Friedkin. Com Ellen Burstyn, Linda Blair, Max von Sydow. Menina de 12 anos passa a ter um comportamento assustador. A mãe (Burstyn), apavorada, recorre a tudo, inclusive a um padre exorcista. A força deste grande filme de terror está em usar a montagem e o som para provar que o mal está em cada um dos personagens do filme, e não apenas na menina possuída. E a seqüência inicial, no Iraque, é uma aula de cinema. A emissora promete a versão do diretor, maior.

Nunca É Tarde para Recomeçar
Globo, 23h35.
  
(Songs in Ordinary Time). EUA, 2000, 120 min. Direção: Rod Holcomb. Com Sissy Spacek, Beau Bridges, Keir Dullea. Mulher solitária, divorciada, frágil, busca um companheiro. Encontrará um vigarista. Inédito.

Além das Fronteiras
SBT, 1h30.
  
(Me'Ahorei Hasoragim). Israel, 84, 103 min. Direção: Uri Barbash. Com Arno Zadok, Muhamad Barki, Hilel Ne-Eman. Os conflitos entre judeus e muçulmanos estendem-se até mesmo numa superlotada prisão em Israel. Até que um plano de fuga acaba por unir todos os detentos. A idéia é mais que interessante, sobretudo pela época na qual o filme foi rodado.

Emmanuelle - O Sentido do Amor
Bandeirantes, 2h.
 
(Emmanuelle: Meaning of Love). EUA, 94, 93 min. Direção: Brody Hooper. Com Krista Allen, Paul Michael Robinson, Debra K. Beatty. Emmanuelle recorda suas aventuras com os extraterrestres que vieram até nós para descobrir os mistérios do amor. A pergunta é: será que alguém ainda cai no charme de Emmanuelle?

Mistério, Sedução e... Morte
Globo, 2h25.
 
(Blind Vision). EUA, 90, 100 min. Direção: Shuki Levy. Com Lenny Von Dohlen, Deborah Shelton, Robert Vaughn. Voyeur que tem por hábito ficar olhando a vizinha pela janela se dá mal: certo dia, um dos amantes da garota é assassinado, e ele é quem acaba se tornando o principal suspeito. Ele precisa, então, procurar o verdadeiro culpado. Inspiração hitchcockiana. Resultados, ao que se diz, nem tanto.

As Pontes de Madison
SBT, 3h15.
    
(The Bridges of Madison County). EUA, 95, 135 min. Direção: Clint Eastwood. Com Meryl Streep, Clint Eastwood, Annie Corley. Clint é o fotógrafo que chega a Madison para fotografar as famosas pontes. Conhece Francesca (Streep), mulher casada e carente, cujo marido está ausente. Daí para o romance, um passo. Eastwood mais uma vez fala de personagens que ameaçam, sob desespero ou pulsão, uma ordem frágil e convencional. Em outras palavras, o cinema clássico lançado à prova. O resultado é dos melhores filmes de amor dos últimos tempos. (PAULO SANTOS LIMA e INÁCIO ARAUJO)

TV PAGA

"Os Três Zuretas" observa infância com gravidade

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Já que o cinema brasileiro está em alta, talvez alguém pudesse responder por que o filme "Os Três Zuretas" nem entrou em cartaz (salvo erro, mas aí terá entrado tão discretamente que é como não entrar).
O título é, com certeza, um dos piores já concebidos desde que os irmãos Lumière rodaram a manivela de sua câmera de madeira. Não é pior, em todo caso, do que "A Reunião dos Demônios", título original do filme, que mais parece feito para espantar seu público-alvo -a criançada.
Como um filme não é seu título, vamos ao que importa. Existe ali três garotos em férias numa cidade do interior que começam a julgar, em dado momento, serem capazes de invocar o demônio.
A riqueza da premissa é evidente. Existe ali um percurso iniciático, próprio da primeira adolescência -que envolve o imaginário, mas também a possibilidade de começar a discernir entre certo e errado, bem e mau, deus e diabo. Mas há também esse aspecto bucólico e quase sempre encantador que são as férias no interior vistas como uma pausa na atividade urbana.
Aqui, as duas coisas se confundem. O demônio entra por mais de uma porta: a mais tradicional é a da crença religiosa; a outra, a do próprio cinema. Novamente o imaginário está implicado, ou antes, ele é invocado pelo diretor, da mesma forma como seus personagens invocam o tinhoso.
Existe entre "Os Três Zuretas" e os filmes infantis que habitualmente chegam a nós um abismo. Cecílio Neto observa a infância com gravidade e a despe do infantilismo que caracteriza quase sempre os filmes desse gênero. Graças a isso dá para passar batido muito bem pelas vastas vicissitudes provocadas pela modéstia do orçamento.


OS TRÊS ZURETAS. Quando: hoje, às 21h, no Canal Brasil.


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