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FILMES
TV ABERTA
"As Pontes de Madison" põe cinema clássico à prova
Arizona Nunca Mais
Globo, 16h20.
(Raising Arizona). EUA, 87, 94 min.
Direção: Joel Coen. Com Nicolas Cage,
Holly Hunter. Ex-presidiário e sua
mulher, uma policial, decidem
seqüestrar um bebê, por não poderem
ter filhos. Optam por um dos quíntuplos
de um casal de milionários. Comédia à
maneira dos Coen, isto é, partindo de
uma premissa fantasiosa e tocando,
basicamente, questões acessórias.
Tubarões Assassinos
Record, 22h15.
(Shark Attack). EUA, 99, 94 min. Direção:
Bob Misiorowski. Com Casper van Dien,
Ernie Hudson. Ao investigar ataques de
tubarões na África, cientista descobre
que eles tiveram o metabolismo
alterado, por isso vivem com fome. Por
trás dessa mudança há gente perigosa. E
por frente um filme de miolo mole.
O Exorcista
SBT, 23h15.
(The Exorcist). EUA, 73, 132 min. Direção:
William Friedkin. Com Ellen Burstyn,
Linda Blair, Max von Sydow. Menina de
12 anos passa a ter um comportamento
assustador. A mãe (Burstyn), apavorada,
recorre a tudo, inclusive a um padre
exorcista. A força deste grande filme de
terror está em usar a montagem e o som
para provar que o mal está em cada um
dos personagens do filme, e não apenas
na menina possuída. E a seqüência
inicial, no Iraque, é uma aula de cinema.
A emissora promete a versão do diretor,
maior.
Nunca É Tarde para Recomeçar
Globo, 23h35.
(Songs in Ordinary Time). EUA, 2000, 120
min. Direção: Rod Holcomb. Com Sissy
Spacek, Beau Bridges, Keir Dullea.
Mulher solitária, divorciada, frágil, busca
um companheiro. Encontrará um
vigarista. Inédito.
Além das Fronteiras
SBT, 1h30.
(Me'Ahorei Hasoragim). Israel, 84, 103
min. Direção: Uri Barbash. Com Arno
Zadok, Muhamad Barki, Hilel Ne-Eman.
Os conflitos entre judeus e muçulmanos
estendem-se até mesmo numa
superlotada prisão em Israel. Até que um
plano de fuga acaba por unir todos os
detentos. A idéia é mais que
interessante, sobretudo pela época na
qual o filme foi rodado.
Emmanuelle - O Sentido do
Amor
Bandeirantes, 2h.
(Emmanuelle: Meaning of Love). EUA,
94, 93 min. Direção: Brody Hooper. Com
Krista Allen, Paul Michael Robinson,
Debra K. Beatty. Emmanuelle recorda
suas aventuras com os extraterrestres
que vieram até nós para descobrir os
mistérios do amor. A pergunta é: será
que alguém ainda cai no charme de
Emmanuelle?
Mistério, Sedução e... Morte
Globo, 2h25.
(Blind Vision). EUA, 90, 100 min. Direção:
Shuki Levy. Com Lenny Von Dohlen,
Deborah Shelton, Robert Vaughn.
Voyeur que tem por hábito ficar olhando
a vizinha pela janela se dá mal: certo dia,
um dos amantes da garota é
assassinado, e ele é quem acaba se
tornando o principal suspeito. Ele
precisa, então, procurar o verdadeiro
culpado. Inspiração hitchcockiana.
Resultados, ao que se diz, nem tanto.
As Pontes de Madison
SBT, 3h15.
(The Bridges of Madison County). EUA,
95, 135 min. Direção: Clint Eastwood.
Com Meryl Streep, Clint Eastwood, Annie
Corley. Clint é o fotógrafo que chega a
Madison para fotografar as famosas
pontes. Conhece Francesca (Streep),
mulher casada e carente, cujo marido
está ausente. Daí para o romance, um
passo. Eastwood mais uma vez fala de
personagens que ameaçam, sob
desespero ou pulsão, uma ordem frágil e
convencional. Em outras palavras, o
cinema clássico lançado à prova. O
resultado é dos melhores filmes de amor
dos últimos tempos.
(PAULO SANTOS LIMA e INÁCIO ARAUJO)
TV PAGA
"Os Três Zuretas" observa infância com gravidade
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Já que o cinema brasileiro está
em alta, talvez alguém pudesse
responder por que o filme "Os
Três Zuretas" nem entrou em cartaz (salvo erro, mas aí terá entrado tão discretamente que é como
não entrar).
O título é, com certeza, um dos
piores já concebidos desde que os
irmãos Lumière rodaram a manivela de sua câmera de madeira.
Não é pior, em todo caso, do que
"A Reunião dos Demônios", título original do filme, que mais parece feito para espantar seu público-alvo -a criançada.
Como um filme não é seu título,
vamos ao que importa. Existe ali
três garotos em férias numa cidade do interior que começam a julgar, em dado momento, serem
capazes de invocar o demônio.
A riqueza da premissa é evidente. Existe ali um percurso iniciático, próprio da primeira adolescência -que envolve o imaginário, mas também a possibilidade
de começar a discernir entre certo
e errado, bem e mau, deus e diabo. Mas há também esse aspecto
bucólico e quase sempre encantador que são as férias no interior
vistas como uma pausa na atividade urbana.
Aqui, as duas coisas se confundem. O demônio entra por mais
de uma porta: a mais tradicional é
a da crença religiosa; a outra, a do
próprio cinema. Novamente o
imaginário está implicado, ou antes, ele é invocado pelo diretor, da
mesma forma como seus personagens invocam o tinhoso.
Existe entre "Os Três Zuretas" e
os filmes infantis que habitualmente chegam a nós um abismo.
Cecílio Neto observa a infância
com gravidade e a despe do infantilismo que caracteriza quase
sempre os filmes desse gênero.
Graças a isso dá para passar batido muito bem pelas vastas vicissitudes provocadas pela modéstia
do orçamento.
OS TRÊS ZURETAS. Quando: hoje, às
21h, no Canal Brasil.
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