São Paulo, sábado, 14 de fevereiro de 2004

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TODOS OS FOGOS

Nove tomos de textos do escritor argentino deverão eliminar erros e reapresentar peculiaridades lingüísticas

Nova edição pretende "corrigir" Cortázar

FREE-LANCE PARA A FOLHA, NO MÉXICO

Designados por Julio Cortázar curadores de seu legado, o poeta argentino Saúl Yurkievich e sua mulher, Gladis, responderão pela edição das obras completas do escritor argentino.
Ambos deverão trabalhar por quatro anos para reunir textos conhecidos e inéditos do autor argentino. O primeiro tomo (prevêem-se nove), referente aos contos e contando com cerca de mil páginas, será lançado no encerramento do colóquio que inicia hoje e vai até terça em Guadalajara.
Segundo Saúl Yurkievich, muitas das edições em circulação estão "desvirtuadas", com erros que se perpetuaram -como o desaparecimento de peculiaridades lingüísticas argentinas, que teriam sido "hispanizadas", e "correções abusivas" de pontuação.
Revisitar Cortázar, como pretende o colóquio, implica, no entendimento dos organizadores do encontro, não só falar de sua literatura como também interpretar o valor de seu legado.
No campo da discussão acadêmica, o encontro reunirá, nas sete mesas-redondas que acontecerão no Paraninfo Enrique Díaz de León da UdeG, um time internacional de professores, ficcionistas e jornalistas -capitaneado pelos escritores Carlos Fuentes (México), José Saramago (Portugal), Tomás Eloy Martinez (Argentina) e Gabriel García Márquez (Colômbia), que fazem hoje a mesa-redonda de abertura, "Rememoración de Julio Cortázar".
"Todos os que estão no programa foram convidados porque têm algo a ver com Cortázar: ou bem foram seus amigos, ou publicaram trabalhos sobre ele. Muitos dos aspectos importantes de sua obra serão revisados e a vigência de seu legado, posta em evidência", disse Dulce Maria Zúñiga, da Cátedra Cortázar da UdeG.
As mesas-redondas poderão ser acompanhadas via internet, no site www.homenajeacortazar.udg.mx/transmisiones/. Entre os quase 30 debatedores, está ainda Bella Jozef, professora da Universidade Federal do Rio.
O jazz, de que Julio Cortázar era aficionado, tem representação em dois espetáculos. O primeiro, hoje, terá vários músicos interpretando peças citadas em "O Jogo da Amarelinha". Já a noite de segunda reúne o baixista americano Charlie Haden e o pianista cubano Gonzalo Rubalcaba.
Por fim, o evento comportará um ciclo de cinema com sete filmes sobre ou a partir do escritor e sua obra. (FRANCESCA ANGIOLILLO)

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