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SHOW
Veterano grupo punk, "pai" de Offspring e Green Day, vem pela quarta vez
Banda "brasileira" Bad Religion faz show em SP
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
"Como é esse Credicard Hall? O
lugar é novo. Esse não conheço."
Não. A frase acima não é de alguém como Max Cavalera, roqueiro brasileiro que mora no exterior há tempos, quase nunca
vem ao país e quer saber das novidades na pátria amada.
A curiosidade pela casa de
shows paulistana é de Greg Graffin, cantor e líder da veterana banda punk californiana Bad Religion, que se apresenta hoje em
São Paulo na abertura da turnê
brasileira.
Graffin, que falou à Folha por
telefone da Califórnia, demonstra
a intimidade de quem conhece
bem estes lados do planeta.
"Seu país é nossa segunda casa.
Posso dizer até que o Brasil é o
país oficial do Bad Religion. E não
é por causa da coincidência do
BR", diz Graffin.
O "brasileiro" Greg Graffin tem
certa razão no que fala. Esta é a
quarta vez que a importante banda punk anciã toca aqui em pouco
mais de quatro anos, sempre com
shows lotados e badalação das rádios de rock, mais até do que nos
concertos do grupo nos EUA.
"Temos nosso público fiel aqui.
Mas talvez porque aí não tenha
shows todos os dias, o público é
mais receptivo, animado. Não vai
haver um álbum novo do Bad Religion cuja turnê não inclua o Brasil, posso garantir", decreta.
O Bad Religion, que toca ainda
em Curitiba (amanhã), Rio de Janeiro (dia 16) e Porto Alegre (18),
se apresentou no país pela primeira vez em 1996, no Close Up Planet, na mesma noite que os Sex
Pistols.
Desta vez, a banda que é considerada pai do neopunk californiano da década passada escolheu
seu segundo lar para terminar a
turnê do álbum "New America",
que corre o mundo desde antes de
o álbum ser lançado, em maio do
ano passado.
"Mas o "New America" será responsável apenas por 20% da nossa apresentação. O show é de comemoração. Tocaremos só clássicos", afirma o vocalista.
A comemoração a que Graffin
se refere diz respeito aos 20 anos
de carreira do Bad Religion, completados em 2000. Formada em
1980, em Los Angeles, a banda comandada por Graffin e pelo baixista Jay Bentley já lançou 15 discos e vendeu milhares de cópias
de seus álbuns pelo mundo.
Graffin e banda são os responsáveis pelo reaquecimento do
punk rock do Oeste americano
dos 90, que provocou o surgimento de grupos como Green Day,
Offspring e Blink 182.
Outro motivo de comemoração
para o politizado Bad Religion é a
"quase reintegração" do guitarrista-fundador da banda, Brett Gurewitz, que deixou o grupo em
1994 para administrar melhor a
gravadora Epitaph, que começava
a fazer um dinheiro absurdo com
a nova onda liderada pelo Offspring, filhote de seu Bad Religion.
"Brett está conosco aqui e ali. Já
nos ajudou em "New America". E
Devemos sentar juntos para compor o próximo álbum, lá para junho", afirma Graffin.
Novo CD do Bad Religion deve
ser lançado apenas em outubro.
Até lá, e antes de compor e gravar,
Graffin pretende descansar.
"Preciso de férias. Vou ver se
aproveito alguns dias de folga para visitar as praias do Brasil. E a
Amazônia", revelou Graffin, que,
além de roqueiro e ativista político, exerce o papel de biólogo.
Show: Bad Religion
Quando: hoje, às 21h30
Onde: Credicard Hall (av. das Nações
Unidas, 17.955, tel. 0/xx/3177-3663)
Quanto: de R$ 20 a R$ 60
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