São Paulo, terça-feira, 14 de março de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SÉRIE

"Galactica" investe em ficção e conflitos políticos

SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao entrar em sua segunda temporada, a nova versão de "Battlestar Galactica" supera a série que originou o conceito, nos anos 1970 -isso em termos de número de anos de produção, porque no que diz respeito ao conteúdo, a nova "Galactica" já mostrou uma força que faltava à predecessora.
O enredo básico do programa gira em torno do esforço da humanidade em sobreviver após um conflito devastador contra os Cylons, criaturas robóticas que, agora sabemos, foram criadas pela própria espécie humana.
Liderada pelo comandante William Adama, a nave Galactica (uma espécie de porta-aviões espacial) precisa proteger uma frota que representa tudo que restou das 12 colônias humanas, cerca de 50 mil pessoas. Em sua fuga incessante, eles procuram um refúgio: o mítico planeta Terra.
A premissa é basicamente a mesma da série original, mas as semelhanças com a nova versão, concebida pelo produtor Ronald D. Moore, param por aí. "Galactica" agora é um programa para a audiência do século 21, que rompe com todos os clichês que marcaram a ficção científica televisiva nos últimos 50 anos.
Isso se traduz não só nas histórias, que estão muito menos "anti-sépticas", sem as limpas batalhas de armas a laser dos seriados "sci-fi", mas também na estética do programa, que faz muito mais uso de câmeras de mão e imagens tremidas, para dar uma sensação de realismo e uma impressão de documentário à série.
A segunda temporada abre com Adama baleado e incapacitado, após a revelação de que há um Cylon infiltrado na Galactica, e o coronel Tigh (Michael Hogan) precisa lidar com seu problema de alcoolismo para assumir o comando da nave e confrontar a presidente das colônias, Laura Roslin (Mary McDonnell), no que começa a se desenhar como um golpe militar.
Em seu segundo ano, é esse tipo de intriga e conflito adulto sofisticado que se pode esperar de "Galactica", eleita pela revista norte-americana "Time" como a melhor série do ano em sua primeira temporada.


Battlestar Galactica
Quando:
hoje, às 22h, no TNT


Texto Anterior: Exposição: Stupakoff afasta vulgaridade do erótico
Próximo Texto: Bernardo Carvalho: Já não existem mentiras
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.